30 de março de 2010

E o anjo pálido troca o mel pelo sal.

Foi o que o anjo pálido fez. Trocou o (a) mel pelo sal. E a diferença elementar foi tamanha , que nada poderia descrever quão desconfortável era o gosto do sal.

O gosto doce, o cheiro suave, a rosa. difere em sua plenitude da estranheza que o sal causa a boca, a aspereza, a rigidez, a 'imbeleza'. neologismos criam-se sozinhos. e a lua fala por si.

Emoldurado por linhas descontínuas, o sorriso, o doce, seu mel. a dona da docilidade das rosas, perde o anjo pálido. quase pode toca-lo. ao vê-lo partir diz até logo, pois sabe que ele em algum momento voltará.

E o anjo pálido vai-se. desbrava com bravura, a ingenuidade milimetrica do sal. sente prazeres difusos no toque, arranca beijos e profana o branco sal, despi com ardor e dor. o sal.

E o anjo pálido arrepende-se, e quer logo voltar a viver na docilidade calmaria que o jardim de sua rosa mel lhe oferta.
e todo o desejo esvai-se com a certeza de que ali é o seu lugar.sorri pendendo a respiração. volta ao mel.

Nada de novo. Sem surpresas.

O anjo pálido saiu com o gosto d'água do mar na boca, feliz por sobreviver a tempestade em alto mar. louco pra banhar-se na águas dos rios de água doce, doce assim como o gosto do mel. o doce , a rosa, a mel do anjo pálido.



. escrevi essa pataquascada ontem a noite. eu estava triste . isso poderia ser um sinal. um sinal de que o ciclo vicioso é um ciclo vicioso, que não me permite fugir, negar, ou trocar.

o anjo pálido existiu.
há tempos, mas existiu.
e eu dou um doce pra quem adivinhar quem era a Tatá na história. (!)

eu não sou uma boneca, com a compostura quebrada, humilhada por não ser uma flor.
por não ser o doce que muitas vezes outros esperam.

eu sou assim, como o ... me negaram o direito de alienação. me deram um nome e me alienaram de mim, agora eu sou esta a quem chama gentilmente de você. de eu. de mim.

Quem trocaria o Mel pelo Sal?

25 de março de 2010

C. Bukowski.

cabe.

well, that’s just the way it is…

sometimes when everything seems at
its worst
when all conspires and gnaws
and the hours, days, weeks
years
seem wasted -
stretched there upon my bed
in the dark
looking upward at the ceiling
I get what many will consider an
obnoxious thought:
it’s still nice to be
Bukowski.
.
.
.
bem, é assim que as coisas são…

às vezes quando tudo parece
o pior
quando tudo conspira
e atormenta
e as horas, dias, semanas,
anos
parecem perdidos –
esticado lá na minha cama
no escuro
olhando para o teto
eu tenho o que muitos considerarão um pensamento destestável:
ainda é bom ser
Bukowski.