29 de outubro de 2010

vivendo, ali, qualquer, coisa, que não me, faça perder, a VÍRGULA

vomitar, gotejar, excretar.

vozes me enojam, a luz me irrita, as pessoas me chateiam.

É óbvio que estou de mau-humor.
Poderia citar bons e maus motivos para assim manter-me , mas não vou.
poderia chorar minhas mágoas, que convenhamos não são poucas, mas não vou.
não agora, não em público, não com a luz acesa.

quando a porta se fechar, a luz apagar, e o último telespectador se for, ai sim, o fim será o começo.

Eu e minha frases destoantes, sem sentido, e amorfas.
35 Tweets na minha TimeLine no último minuto.
Interajo pouco. reajo menos ainda.

minha cabeça dói, veia pulsante. Risadas alheias estridem em meus ouvidos.
se invento neologismos não é a mando da alma literata que talvez haja em mim , é pelo desejo de errar e acertar ao mesmo tempo, é pelo desejo de reagir, de agir, de gritar, de levantar.

o ano é indeterminado pela minha atual memória, é tarde de um sábado qualquer, como bolo de chocolate com Danoninho como recheio, e ouço DEAD FISH, na já extinta MTV.
EXTINTA, sim.

as coisas eram diferentes, e eu gostava de como eram.


a noite é quente, Av. Paulista, aproximadamente 21h.
o estômago dói, reclama qualquer coisa que o invada, o coração dispara, não metaforicamente.
a coisa por aqui sempre foi literária, literal.
a noite parece longa, e na verdade, é.

Estação consolação de metrô, os mais modernos e incriveis garotos estão por ali, depois de uma tumultuada festa num Campus de uma Cidade Universitária por ai.
As vozes me engasgam, posso sentir o gosto da saliva alheia, sem mesmo desgrudar minha boca do canudo no copo de refrigerante.

Me sinto ligeiramente embriagada, e a nuvem de nicotina que me encobre, afasta a ânsia, o vomito que guardo, quase que pacientemente. Como se fosse possivel.

Um voz se sobresai entre as outras, penso momentaneamente, sem sentido aparente em GRAVIDEZ, FRIGIDEZ, NITIDEZ, XADREZ.

a música tem cheiro de areia na noite numa praia, noite fria de verão. a lua iluminando sentimentos obscuros. volto a música, como se pudesse voltar noites atrás.

DE ALGO QUE NÃO DEVERIA PROVAR.

23:59h um degrau qualquer, de um banco qualquer, numa grande avenida qualquer, de uma grande cidade, de um país qualquer.
uma qualquer sentada, sozinha, como o fone no ouvido, cantando alto, no meio da multidão sentindo-se sozinha, as lágrimas brotam e são secadas tão rápido quanto possivel.

GUERRA DOS CANUDOS, sempre uma dubiedade, unilateral.
91.
a vida em preto e branco, borrada com tinta vermelha.
riscos num cd velho, me lembram de dores facilmente esquecidas, as palavras brotam , e se encolhem , as palavras que não saem , que não se aplicam a nada.
busco inspiração no lugar errado.
Meus olhos não lacrimejam mais, é o tal do RESSECAMENTO OCULAR. tomo água afim de que meu corpo responda com a dissoluição, e liberação de fluidos liquidos.

VERGONHA.TIMIDEZ. ÁGUA.NEGO.REJEIÇÃO.GEMIDOS.CALÇAS E BLUSAS. MISTÉRIOS. SAÍDA. QUARTOS.NOITES.SOL.MANHÃ.CARNAVAL.AVAL.CARNAL.

a vontade de dormir, de fechar os olhos é consoladora, acalma a alma, só não acalma o estomago, que insiste em dar sinal de existencia, e gritar bem alto, que analgésicos em pouca quantidade é besteira.


cachos, e cachos, uvas , e verdes, me inundam, a mãe IEMANJÁ, agradece a prece.
a água do mar batendo nos pés , a água fria, e a fé, de que um dia tudo vai mudar. a hipocrisia, de deixar tudo como está, o canto dos deuses, que são mais meus do que seus, negô.
eu que sei donde vim, pra quem vim. só não se pronde vou.

eu que como chicletes compulsivamente e cuidadosamente os enrolo em papéis, depositado no bolso, da bolsa que carrego.
assim como carrego emoções e frustações desnecessárias, aflitas por perde-las, por deixa-las por não lembrar das.
das escolhas que fiz, das noites que não dormi, do sol ao entardecer, da escuridão,e do vento gelado num bar qualquer de uma Augusta qualquer, num Santa qualquer, numa mesa repleta de livros quaisquer , que são minha companhia.


o som do piano, diz que é hora de ir embora, embora com : Stephen King, Emile Brontë, Edgar Allan Poe, Mansfield, C. Lispector, e Caio F.

Christiane F., me espera pruma noite, nos inferninhos e pontes de uma Grande e Cinza cidade de Um País Verde e Amarelo.
a vodka, aveludando a voz rouca, que são dão diz palavras pensadas, sensatas, a cabeça a milhão, o corpo mole, solto, o céu desse azul tão escuro, esse vento gelado amaciando o rosto, a sensação de total poder, o cabelo molhado pelo suor, que enfim chega, o calor aumentando, aumentando a música, os toques, as vozes, aumento a vida, aumento o som, aumento a possibilidade.
a hora é essa, meu corpo enfim responde aos estímulos.
essa é a hora em que o medo esvai-se , a lucidez se vai. a vida chega.

vou ali viver, qualquer coisa, que me faça, não PERDER A VÍRGULA
adquirindo SEXPIRIENCE. ou não.





25 de outubro de 2010

Twittes que a chuva trouxe.

hoje , decidi, que JAMAIS, vou me apaixonar por ninguém , não quero que parte nenhuma de mim , se vá ,com qualquer um. e tenho dito.

não quero mais ninguém , não quero NINGUÉM, não quero. AHHH,e nem é mais medo. é RAIVA, raiva desses sentimentos mesquinhos que chamam amor.

TUDO falso, TUDO mentira. cada vez que eu olho pro lado, vejo a HIPOCRISIA, e tenho NOJO.

prefiro ser medrosa, covarde, infantil, ou seja lá que queira me chamar. prefiro ficar no meu quarto, na minha cama, e acordar sozinha.

acordar sozinha, dormir sozinha, e ser feliz com meus livros e meus discos. passar a manhã falando com um amigo querido no Msn

passar a tarde vendo filmes água com açúcar, e numa noite chuvosa encontrar uma AMIGA AMADA, e vê-la desabafar depois de 4 anos.

prefiro, sonhar com homens improváveis [GAYS] - como Caio F. , Cazuza, e Thiago Pethit. e dançar ao embalo da voz rouca de Maysa

chorar ouvindo Ida Maria, e escrever besteiras que ninguém lê. ter um blog cheio de açúcar e comer muito SAL.

quero ser uma gordinha BONITA, FELIZ, SOZINHA,E MUITO BEM AMADA, POR MIM MESMA. BOA NOITE.

QUERO MORRER NUMA BATUCADA DE BAMBA , NA CADÊNCIA BONITA DO SAMBA. boa noite.

10 de outubro de 2010

E O ANJO PÁLIDO TROCA O MEL PELO SAL II

Eu já usei lápis colorido nos olhos.
eu já joguei baralho na praça com os góticos, rokeiros e punk´s.
eu já ouvi Boys Dont Cry pela manhã enquanto fugia das aulas de física e matemática.
eu já joguei Handball e me achei a rainha dos esportes.

eu já chorei ouvindo Fresno e ri sozinha na rua cantando Gruvi Quantico.
eu já fugi de casa num domingo de tarde pra ver o Matanza com os meus garotinho favoritos.
eu já disse que amava sem amar, e já amei sem nunca dizer.

eu já odiei meus olhos de ressaca, e já acordei de ressaca. MORAL.
eu já sonhei com estranhos e beijei desconhecidos, eu já chorei risos agudos, e cantei canções em preto e branco.
Eu já fui mais PROLIXA do que agora.
eu já fui mais CLARA , do que hoje.
eu já fui mais fiel , mais apaixonada, mais honesta, mais amável, mais inocente.

eu já quis navegar por mares nunca antes navegados, já quis beber água do mar, e tomar banho com água mineral.

eu já quis ser uma borboleta, e sonhei em ser uma estrela do mar.
Já li Paulo Leminski , A LUA VAI AO CINEMA e chorei. ele era gaúcho. curitibano, e praticava artes marciais. não muda nada. eu ainda iria chorar mesmo sem tais detalhes.

eu já desenhei os monstros com que sonhei e já sonhei com anjos que desenhei. eu nunca aprendi como desenhar um sol.
eu não sei desenhar um SOL.

eu nem gosto do sol, talvez seja essa uma das razões.
eu já me senti uma TV DE LED, isso faz sentido?

eu tenho uma pinta na nuca, igual a da minha irmã caçula - que possui a mesma pinta , no queixo - assim como temos um minúscula pintinha na mão esquerda.

eu já abri o guarda chuva no meu quarto pra me proteger da sordidez que provinha da Tv.

eu já quis ser punk/rocker/nerd/clubber/emo/indi/ SOCIAVEL.
eu já quis pertencer algum grupo.
eu já agradeci de joelhos por nunca ter participado de nenhum.
eu já chorei , porque isso também doeu.

eu já quis, e talvez ainda queira sorrir como ela sorri, quis não inveja-la, não admira-la. não odia-la.
eu já quis que o tempo voltasse, o vento soprasse e a chuva molhasse.eu já quis ser um doce .

Mas continuo sendo o ANJO DE SAL.

o anjo moreno, trancou-se em casa com seus livros e discos, a cor perdeu, o amor perdeu, a vida perdeu.
ele anda pelas ruas , enganando , mentindo, amando. ENGANANDO, enganado.
ele acredita que as coisas podem mudar, que ele pode deixar de amar.

minhas irmãs jogam WAR na cozinha, num domingo frio, em que eu vejo fotos da constelação 2000.666 .
ela como a lua, como uma estrela radiante, ainda é a dona do seu coração.
você provavelmente NUNCA leia o que te escrevo, porque na verdade sequer TE escrevo. MAS confesso que ao ler o TEU TE AMO pra ela, revivi, o primeiro toque naquela sala de cinema , com aquele musical, daquele famoso diretor.Me lembro do meu vestido verão, da lata em sua mão.

Há. eu minto, tú mentes, nós mentimos, nós rolamos, nós rimos.

eu também já fui em sons PUNKS, já ganhei uma tatoo num fest ai, já tatuaram a MINHA tatoo na bunda.
Já cantei REPLICANTES bem alto, GAROTOS PODRES E sonhei em encontrar o garoto podre, do suburbio operário.


- VOCÊ QUER REMANEJAR. é o que eu escuto da cozinha.

eu quero ser um sapo, uma rã talvez.
eu quero o VERDE, o musgo. eu já não acredito nos homens, nas almas, no amor.
as coisas foram mais claras, mais música, muito mais música com você.


'já vi tudo acontecer, milagres tornados reais, mas nunca eu vi nada assim , como quando os teus olhos olham pra mim'

eu também já escutei SANDY & JUNIOR , tinha até DVD.
sacou?


6 de outubro de 2010

Ser ou Não Ser: ESTÁ NÃO É A QUESTÃO.

sempre gostei de coisas estranhas.
ou discutíveis.

já quis ser oftalmologista, e a profissão ainda me fascina.
já quis trabalhar no CSI.
Já quis ser posar de Pin-Up
já quis ser magra e sexy e pintar o cabelo de azul, (alias quanto ao cabelo, ainda tá valendo)
Já quis destruir meus cachos.
Já quis morar na Praça da república, tocar baixo e fazer dreads
Já quis ser famosa, popular, e namorar o garoto mais bonito da escola, mas também
Já fui a Carie (A ESTRANHA, do S. King) na escola, já andei de saia, coturno e camiseta de banda, e me apaixonei pelo garoto apelidado de 'O CORVO' na escola.

Já fui traída, por amiga, namorados, e companheiros de trabalho.
Já quis ser hippie, fugir pra Recife e vender coco na praia.

já quis também ser jornalista, artista e FREIRA.
bom essa idéia ainda me apetece.
a clausura me instiga.

Bom, como o tempo é escasso , lá vai as coisas mais importantes:
JÁ QUIS SER
* PRESIDENTE DA REPÚBLICA
*EVA BROWN (A ESPOSA DO HITLER)
*ANITA GARIBALDI
*CLARICE LISPECTOR
*UM GAY PRA NAMORAR O CAZUZA OU O CAIO FERNANDO ABREU
*FREIRA
*VAMPIRO
*NANCY, NAMORADA DO SID VICIOUS
*FÁTIMA BERNARDES
*CARLA PERES

éé, eu sei.
eu também provavelmente vou sentir vergonha alheia quando ler isso. =)

O tempo como eu já disse é curto. eu?

Eu POR ENQUANTO sou uma historiadora, professora, e atendente de DROGARIAS, sou careta, e anarquizo dentro do meu mundinho careta e cruel.
Não acredito em conto de fadas, em príncipes encantando, mas continuo esperando o meu.
Não quero morar num castelo, mas planejo meu palácio.

queria ter vivido na INQUISIÇÃO, e descobrir se tenho mesmo a pinta de bruxa que me pintam.

será, guilhotina ou fogueira pra Tatáa??
Ser ou Não Ser: ESTÁ NÃO É A QUESTÃO.

3 de outubro de 2010

Domingo Cinza.

O cinza do céu , essa manhã, reflete mais que o espelho. Posso desenhar nuvens com os dedos, posso andar pelas nuvens desenhadas ao som leve de uma bela canção, eu posso gritar bem alto que o que eu quero é falar baixo, quero te contar ao pé do ouvido que vamos dançar até a noite acabar.

quero respirar bem fundo e sentir o cheiro de chuva, quero sentir no rosto o vento quente emanando do asfalto.
quero compor uma música em espanhol, a bailar con usted por última vez al ritmo de una canción que shorty hace acelerar el latido del corazón.

o cinza do céu , a tarde reflete anos de solidão, risadas altas, e memórias esquecidas em caixa e gavetas.
A tarde cinza que traz a vontade de viver uma vida não vivida, de voltar ao passado que nunca passou, a amar quem nunca amei, a viver o que não vivi, e repetir blasfêmias e calúnias, bem alto para que a prisão logo venha.

a dor dos pensamentos que não passam, a consciência dialética de Hegel a perfeição de MARX , o sofrimento de DEUS , a dor da vitória, a introspecção da solidão, a alegria que é encontrada nas lágrimas e o espelho refletindo o cinza do céu.

Yo quiero una canción que me va a mostrar lo que, te toco me toque, me hacen llorar, como lloré, se llevan mis lágrimas, me limpio la cara, me sale del corazón para ennoblecer el alma, que me hace ver la vida al igual que el cielo gris de domingo por la tarde, me animo a contestar el teléfono, abrir la puerta