27 de novembro de 2011

afirmo-me na negação do ser.

e o sábado é quente , e o céu é azul e as nuvens a brincar de esconde-esconde .
 
e lá vem a chuva de verão, e aquele cheiro de terra molada , e o vapor que vem do asfalto . 
e o céu fica cinza e eu sinto falta daquele ponto de paz . 
e eu sinto falta daqueles passarinhos cantando, daquele calor , daquela cidade .
 
e eu sinto saudade da minha vida . 
essa vida não é minha , esse corpo não é meu . 
me devolvam as magoas , as lágrimas, as divagações .
 
eu não quero esse copo .
 
e o copo esta cheio , a cerveja esta gelada. 
e luzes ofuscam os olhos , e a blusa aperta o meu pulso .
 
e eu surto, eu mudo , eu grito , eu .
 
já nem sei quem sou . 
afirmo-me na certeza do ser . 
desconfio da pseudo-existencia .
 
eu quero a morte, eu quero a solidão , eu quero uma jarra e um porta de vidro . 
eu quero uma praia , eu quero .
 
afirmo-me , afirmo-te , nego-te . 

20 de novembro de 2011

eu sou egoísta

e essa melancolia que me consome, quase que se perde de mim.
e esse domingo triste que nunca mais apareceu.
mas que saudade dessa tristeza, desse aperto no coração.
saudade do orgulho  Narciso Invertido . saudade de me escutar. de não dizer palavras sem sentido, a fim de agradar o público .

saudades de ficar sozinha no palco com a cortina fechada, ouvindo Thom Yorke .

tenho medo da continuidade que me assola. não quero o mesmo trajeto, o mesmo amor, as mesmas palavras ou livros.

eu quero a sorte de um amor perdido .
eu quero desacreditar, fazer-me cética . eu quero fechar os olhos e não ver ninguém.

eu me quero de volta.

porque eu sou egoísta a ponto de ter inveja do amor que dedico a outrem.
eu me quero por inteira.

eu não quero me vender, não quero separar-me de mim .
eu não quero a lógica, eu não quero o amor.

eu me quero.
volta pra mim ALBUQUERQUE, Tairine. volta?

13 de novembro de 2011

o mar que me tornei

E a última noite foi prova que o amor não é tão chato ou patético quanto eu sempre preguei.
e esse meses me provam , esses novos dias -  e o calor e a chuva confirmam -  que amor não é aquela sincronia perfeita , nem aquela noite estrelada de final de romance água com açúcar, nem aquele mar tranquilo de azul contínuo que eu sempre esperei . 

mas quase como a amplitude do céu azul, tão negro . água tão límpida... folha em branco, reciclada ou não .
amor composto de dias perfeitos, dias chuvosos, sinal fechado, varanda e romances. 

e estrelas coloridas no teto , nem sempre são pra sempre. nem sempre são de verdade . 
mas as borboletas no estomago são . mas os banhos gelados, e os olhares cuidadosos são . 
pulam-se poças, atravessam-se esquinas, perdem-se chaves, briga-se pelos horários , olhares - aos milhares. Mas ao deitar-se , no tocar dos lábios, as borboletas borbulham ; sim , como bolhas. 
 como o pleonasmo das palavras. 


E a vida vai rolando, e o vinil lentamente tocando, e as páginas virando-se .
Eu escuto aquelas velhas músicas, e tenho aqueles presságios de tardes quentes. O céu sem nuvens, aquele amontoado de livros, aquele suco gelado, e aqueles poderes que eu pensava deter . lembro de círculos de sal, mandingas e simpatias. 
E eu penso em gatos, em molas e em caixas. Quase um labirinto .

Eu quis , eu já quis um Dostoiévski, eu já quis o Bukowski, eu já quis um quase Liam . 
eu já quis um chapéu pra me proteger do sol. eu já tentei não usar  coração . 

o sol ardendo e eu levando o chapéu na mão, sem protetor solar , óculos de sol, ou roupa apropriada pro verão.

eu já estive no árido, eu já sequei por dentro e por fora. 



e eu chorei , e derramei litros e bebi litros que encheriam piscinas, e já contei repetidas vezes minhas quedas de telhados e barrancos, porque eu amei . 
eu o amei . e eu sofri . 

eu sonhei , mas percebi que todas aquelas emoções baratas descritas em filosofias gritadas no balcão, são bem menos possíveis , são bem menos interessantes do que essa realidade que vivo . 

presenciei afogamentos em álcool e drogas, escrevi sem parar em folhas e revezei canetas, já me sobressaltei  e pensei amar . 

como um balão que não quer voar, depois de tanto calor , depois de tanta dor , num voo incondicional.
voo germinal .
porque eu canto e voo. não muito longe do chão . eu mergulho, não muito longe da praia . eu nado sempre perto das bordas da piscina . 

eu deixo que a memória e a escassez de pensamentos fluam . 
eu pergunto,porque tantra munição . 
eu pergunto porque tanta solidão . 


presenciei momentos . que não quero descrever . e ao relembrar , percebo que tudo não passou de um longo presságio; que me fez acreditar que o amor não é um conto de bar . que amor não se copia de BUKOWSKI . Que o Oasis nem sempre fará minha trilha sonora . 

eu tenho medo der parar e não conseguir continuar , eu escrevo,eu vivo lentamente, não paro para pensar , para avaliar .

eu parei ,eu cheguei , ele chegou. 

o amor, a realidade do amor . 
que não é conto de fadas, que não fi descritos em contos , que n]ão se discute em bar, que não é um single do verão. 

preciso dizer que essa minha lucidez me trouxe a felicidade, não aquela de cinema , mas aquela que não acaba . 

porque é felicidade. 

não alegria passageira que foi o que você. o que vocês, o que foi aquilo, o que é isso que vocês ainda insistem em 'viver'.

porque agora a água brota , suave e límpida . 
porque os odores são particulares,e só eu os sinto, porque eu mergulho . 
no mar que me tornei . 


You made me feel like the one



por que como num carro em movimento com o vento no rosto .
por que aquelas viagens que não fizemos, e aqueles lugares que nunca fomos , me faz pensar no amanhã .

e ao amanhecer a certeza que permanece , é que você estará ao meu lado quando eu acordar. que eu não tenho que te pedir pra ficar .

por que você me faz sentir única .
por que por melhor que fosse o amor dos anos 70, por mais lindas que as músicas do Oasis sejam . por mais que eu tenha sofrido , e acreditado nas estrelas de plástico no teto ; você me fez ver além .

e você me faz sentir única , e você me faz rir pateticamente e eu te odeio por isso .

e eu nunca imaginei que tudo fosse tão diferente e ao mesmo tempo tão próximo do céu .

por que o amor não é igual aos ideais discutidos em mesa bar , não é como os filmes água com açúcar de domingo , tão pouco perfeito como dias de verão .

o calor me cansa, e a perfeição também .

você passa longe de ser a pessoa perfeita .
mas me fez descobrir que estrelas de verdade não se grudam no teto. e que a vida , assim como nosso amor está lá fora na imensidão do céu sem nuvens , na imensidão do amor que sinto por você ,que me ensinou que não se mede o amor .


e me faz usar mais um clichê ao dizer :



'You made me feel like the one
You made me feel like the one
The one'


4 de setembro de 2011

' Para obter ajuda, pressione F1 '


E quando o sol parece aquecer até as sombras mais frias. E o quando as nuvens brancas  desenham abstratamente o céu azul.
O sol é quente. e eu sinto frio.
Eu me esforço para não chorar, para que as lágrimas não transbordem.
Eu tenho medo.
sinto falta do papel em branco. 
procuro lenços de papel pela mesa, para colori-los e rasga-los com dores e lágrimas.
ele me abraça e nem parece o moço que me disse palavras tão duras. 
eu sinto medo, eu sinto frio, eu sinto seu calor e me pergunto se faz diferença, e até quando fará diferença.



e as lágrimas brotam , e as palavras escorrem, e eu não me contenho e te culpo, te condeno , me martirizo.
e as coisas não são mais tão simples. 
e as cores não são mais bonitas. 
e até as flores de plástico morrem , com essa fumaça, com essa dor .


e a garota que caiu de telhados e telhas, ralou os joelhos nas pedras, fumou um maço de cigarros em minutos, andou sozinha na multidão, beijou desconhecidos, dormiu com amigos, abandonou princípios, perdeu a moral.
o coração dói , a garganta aperta, e ela sente.
e eu sinto dor. 
por que eu mal consigo relacionar  a primeira pessoa do verbo singular  com a imagem refletida no espelho.
há goteiras no teto. 
há paredes pichadas. 
há buracos no coração. 
há no estomago um vazio incomodo.
HÁ. 
haver. 
havia. 
avião.
quase um poesia concreta. 
quase uma etmologia clichê .
e as lágrimas insistem em inundar baldes, e afogar formigas; manchando meu rosto com grandes olheiras roxas, e afastando as pessoas .
e eu mudo. 
e mesmo que mude.
e eu penso em pular de paraquedas, tomar uma overdose de anti-depressivos, tomar banho de cachoeira na chuva, e 'rever' amigos nunca vistos.
E eu sinto falto do Johnn,  meu amigo tão querido. 
E eu sinto falta daquele sotaque mineiro, que só escutei uma vez.
E eu quero decolar toda manhã e sumir toda noite. 
queria voltar a assistir Felicity, mas minutos atrás o que eu queria mesmo era ver Mundo Perdido.
eu queria escrever infinitamente, sem sentir dor, sono, frio ou medo. 
eu queria .
querer. quero. querer.


e a cabeça balança em sinal de negativa. 
eu lembro de um tempo remoto. 
de uma viagem. 
de uma namoro , de como era o amor.
o amor mudou de casa, endereço, fase , face. 
eu não o conheço mais. 
ele bateu a minha portam, eu abri. 
ele me amedronta.
ele me faz esquecer o que eu ia dizer.
cabeça de dinossauro. 
quem disse que as flores de plástico não morrem , e que adultos tem 32 dentes?
' Para obter ajuda, pressione F1 ' 
F1.

7 de agosto de 2011

cais e terra firme.




E ai o sol nasce de novo.
E ai parece que nem o bonito sol, o céu azul, as poucas nuvens branquinhas desenhando abstratamente o céu, farão diferença.

E ai você fecha os olhos, e torce pra que a noite chegue logo. Pra que o céu escureça, pra que o dia termine.

Mas amanhece novamente, e a música suavemente te acalma. E as luzes se apagam.
E o que você quer é um domingo no parque, embaixo de uma árvore, tomando sorvete, dividindo fone de ouvido, rindo de piadas repetidas, contando histórias exaustivas, torcendo pra  que o relógio pare.

O tempo para, EXATAMENTE, naquela tarde insuportavelmente quente, naquele tapete, naquela noite, naquele bar, naquelas lágrimas.


E as músicas se repetem, e as cenas também.
E as lágrimas escorrem.

E nem toda positividade, e nem toda a felicidade parecem  suficientes.
Então eu inverto os números, invento palavras, crio neologismos, uso eufemismo. TENTO ME ACALMAR.

Então eu grito.
Porque há o DIREITO ao grito.
Cês sabe. Já dizia Clarice L.


eu confesso.
tenho  medo.
não uso pontuação da maneira correta.
não me comporto.
me porto.
no porto.

espero um dia entender. e aportar.


23 de julho de 2011

a porta aberta

e eu aqui. 
sábado.
noite fria. eu aqui sozinha. 

eu ouço 'música pra homem' , e sento com as penas abertas. 
eu rio baixo. 

e eu tenho um segredo pra contar. 
. eu faço parte de um clube. 
. o clube dos canalhas. 
rs rs 

 ' não há nada de extraordinário na situação, 
o segredo do sucesso é a moderação, ter um dia sim, um dia não. '

 ' se não há nada que abale a sua paz, nasceu sabendo como é que se faz.’

e as pessoas contam suas histórias. 
e eu as escuto. 

e tenho vontade de abraça-las , cuidar para que nenhum mal volte a ocorrer. 
e cuido, abraço, choro, consolo. e apunhalam-me. 

e eu perdoo. finjo que não fui atingida. 
e eu sorrio entre lágrimas. 
e eu fujo, insisto, minto. parto. 


e eu odeio. e eu sofro. eu sinto a dor do mundo, nas pontas dos dedos, nos lábios frios, no vento que me toca. 

e quando anoitece, eu temo, eu tremo de medo, de frio. 
e eu me refugio no quarto, nos livros, nas músicas , nas vírgulas e nos pontos. 

eu temo, deixar ir. 
eu temo não saber o segundo seguinte. 
eu sigo nas adivinhações diárias, jogando cartas , búzios. 
esperando que um dia o Zé vire Rei. 

eu leio a borra do chá, eu compro um varinha. 
condão. eu digo mentiras, chamo-as de inverdades. uso eufemismo. 
pra não dizer: TE MATAR. 

digo TE ESQUEÇO. 

e eu não sei escrever. 
e eu vou pro bar. 
e eu não sei escrever. 
e eu escrevo pelas madrugadas, 
perco os óculos, a base, o chão, os riffs. 

e eu escolho as cores, colorindo o boteco preto e branco, manchando-o com borrões vermelhos. 

eu assisto desenho animado, 
deixo a porta aberta. 

você pede que eu a feche. 
presságios. 

devia ter fechado a porta do meu coração naquele instante. 
devia ter dormido do meu lado do tapete, 
visto meu desenho favorito pela 32ª vez, gritado, comido meu pão de queijo. 

aprendi com você 

a não dividir sofás , pães de queijo, tapetes. 
aprendi a fechar a porta. 
a emperra-la. 

eu me preocupo com o tamanho do texto, mas não me preocupo se você um dia vai lê-los. 


 - penso em : 
no dia de partida, da despedida
te entregar meus escritos, enrolados e unidos por um barbante. 

e eu recuso uma dança, e eu te olho de canto, e eu canto alto , e eu minto alto:

escrevendo com batom vermelho, na porta que continua aberta
o que só você sabe ler. 

mesmo que mude.

e eu choro.
e eu só escuto as musicas que me lembram você.

e eu me torturo.
sodomização.

e eu gosto, gosto de cada lágrima, cada parte que me dói.
e eu insisto.
e eu sangro.

eu sofro como Ele sofreu.
e eu olho pro meu umbigo, e eu minto. sorrio.


e eu corro, viro a esquina, pulo janelas e cercas.
e eu subo em árvores, corro pelos campos, me jogo na grama.

eu eu vou a festas, tento parar.
mas já é muito tarde.

e eu me perco na minha própria escuridão.
e eu seleciono cautelosamente a set-list , e eu me molho com as minhas melhores lágrimas, me limpo das minha mais sujas cagadas.
e eu canto as mais belas palavras de caixo calão.

e eu peco, me confesso aos beijos.
e no confessionário eu peco. o padre me pedindo pra ficar. pra pecar.

e eu crio , quase sem medo daqueles que me lerão , me julgarão.

e eu paro a musica, prendo a respiração.
e por um milésimo de segundo, é quase bom viver.
eu quase paro de respirar, e é bom. e eu gosto.


e eu sinto, e eu bebo cerveja de canudinho.
e eu mascaro., e eu masco as dores, despojo-me das vestes, da hipocrisia , eu incomodo.


e eu canto clichês.
e eu termino a frase do ouvinte.
e eu fantasio nua, eu rodo nua,
vestida apenas com a verdade e lágrimas e eu incomodo. e eu gosto.
e é bom viver.


e eu  canto refrões antigos. e eu espero você ir embora pra chorar, e eu sinto, e eu grito, bebo, grito, choro antes que se vá.


eu eu canto musicas praianas, e eu surfo na lama.
e eu conto meus segredos mais secretos para o bar inteiro.

conto meus segredos, a todos.
não quero lembrar que compartilhei-os com você, não quero lembrar de estrelas coloridas, não quero lembrar de dias quentes.

não quero lembrar de dias quente, de mãos dadas, de beijos apaixonados, de promessas não cumpridas.

e sempre muda e sempre acaba.

20 de julho de 2011

essa dor que não é só minha.


Por que eu escolho cuidadosamente a roupa com que vou dormir, por que mesmo sabendo que ninguém vai me ver nesses trajes, mesmo trancando a porta, fechando a Corte, girando a chave, eu me importo.
Por que eu corro pra escrever, antes que a ideia se esvaia, e ela se vai, esvaindo-se pouco a pouco, a cada palavras, a cada vírgula.


Penso no frio, logo, posso senti-lo.



Eu escrevo aos poucos, eu sou aos poucos. Eu vou vivendo aceleradamente, meu modo de viver, não respeita, meu ser, meu eu, meu tornar-se.
Eu respiro rapidamente, eu corro, eu grito, eu rio alto, eu sou tudo, eu me sinto nada.
As coisas já não satisfazem-me mais, eu vivo, mas a vida não me atrai, não me basta, eu quero mais. Mais do que a vida pode proporcionar?
Perigosa frase, perigosa colocação, peço em pensamento que o deuses me perdoem, me dirijam, se omitam.





Me nego, me nego, eu ouço a voz baixa do cara saindo das caixas, eu penso na luz apagada, eu penso no ultimo final de semana.




Dormi com um cara. Enquanto escorriam lágrimas de meus olhos, ele entrava e saia de mim.
Não era por ele que eu chorava.
Não é por ele.




E eu sento na mesa do bar.
E as cores alternam-se em contraste com a tristeza dos presentes, uma música alegre insiste em perturbar.
Eu escorrego pela cadeira, e olho o céu.
O céu muito azul, muito escuro, há uma árvore, as flores de cores fortes,
penso em Frida Kahlo e em suas cores, em suas coxas e coragem.
Penso no casal aos abraços, penso no olhares indiscretos, nos sussurros, em quartos com estrelas no teto.


Tenho medo.


Guardei as cores dentro de mim por semanas até expo-las .
Chorei, gritei, fumei, bebi, dormi.
Fingi.


Fingi não ver, olhei pro céu e vi flores de cores fortes.



Eu quis morrer.
Um suicidio coletivo, uma amiga sugere entre risos.
Eu rejeito a ideia antes mesmo de analisa-la.
Algo na coletividade me incomoda.
Não entendo, nem aceito as dores do mundo, as dores alheias.
Eu sofro, e minha dor me parece tão mais languida, tão mais dolorida, tão mais importante (?). O mundo me parece tão mais injusto,.

essa dor me parece não minha, tão conhecida, essa dor que não é só minha, a dor que sofro sozinha.

10 de julho de 2011

aprimorando a arte de errar.

domingo.

e eu escuto aquelas músicas que me mantiveram viva, que me fizeram sentir o amargo da vida, me deram força pra levantar, caminhar, acreditar, cair novamente, cometer os mesmos erros.

eu aprimorando a arte de errar, quase com perfeição cometo os mesmo erros.

é dificil ouvir cada uma das frases, sem sentir vontade de gritar, gritar e tirar tudo isso de dentro.

tudo isso.

talvez tudo isso, nunca tenha sido tudo, de fato. Talvez nada esteja perdido.

talvez quem tenha saído perdendo, foi ele.
talvez quem tenha de fato se magoado, não tenha sido eu.
talvez eu esteja no caminho errado.

talvez precise de uma mapa.

a vida tem mapa?
eu tenho mapa astral.

acredito nos astros.

a propósito, estou lendo um livro sobre mitologia grega.
interessante, saber o que antecede os deuses, o Caos, o Destino.

O Destino, até mesmo os deuses O temem.

coloco-O em letra maiúscula , pois sim acredito em DESTINO.

acredito que seja ELE quem nesse momento rege , cada palavra escrita.
e as não ditas.

eu 'lemisnkando' dia desses, me confundi entre luas, ruas, erros e estrelas no cinema.


30 de junho de 2011

COMO ESQUECER UM TETO DE ESTRELAS?

Tumblr_lnh7ctpqeq1qgroito1_400_large


A dor é tamanha, que chega a atingir cada átomo, cada célula que há em mim.

. eu tento não confundir letras
eu omito palavras, desejos.


.eu finjo
eu fujo
eu te assusto?



10 minutos, e eu me pergunto
é obsessão?



PAGE DOWN
até quando?

. a vontade some.
os livros, os discos, as revistas
as folhas em branco
a frase que eu não ouso terminar .


Posso efetuar o cancelamento ?
das memórias, das lembranças de
estrelas no teto.
de tudo que sinto. daquilo que minto.
o dia é bonito, não chove;
faz frio,

você morre
em mim.


eu
(desejo)
te.

Eu repito, eu insisto.

A tela azul

. o fone toca, as vozes alternado-se entre sarcasmo e alteração. ( HÁ ENTENDIMENTO? )

. o papel branco, colado na tela, informando o horário de brincar.



Eu finjo que esqueço, mas as vozes conhecidas, tão conhecidas, amigas (?) insistem em me lembrar.

Tenho medo de quebrar cadeiras, mesas, unhas, pescoços. Tenho nojo, asco. As cenas insistem em se repetir na minha cabeça.


O papel amarelo, os dedos amarelos.



. penso na possibilidade da verdade. penso nas unhas quebradas, no trem passando. no quarto vazio. na sua mão na minha.


A tinta preta insiste em falhar
e por algum motivo eu repito
sem parar eu repito
insisto.


e insisto em não parar. em repetir
eu crio cenas, eu moldo sensações.
eu censuro lembranças
eu condeno beijos.
eu cometo erros.


. eu viro a folha, e nada vejo. eu minto , o que eu vejo?
eu vejo. o fim
eu temo. eu tremo. o trem passa, e eu me lembro.






O SAPATO AZUL

O SAPATO AZUL

Tumblr_limsh2gec61qipl0go1_500_large

Comprei um sapato azul, modelo antigo. Todos gostam.

Perdi meu celular, na mesma noite que comprei o sapato azul.

Perdi a vergonha, perdi a boa reputação, perdi você. Perdi a chance, a vergonha na cara.

Cai do barranco, chorei, rastejei aos pés de um cara qualquer. Beijei vários caras, dirigi um caminhão.

Eu comprei um sapato azul, pensei que talvez houvesse a possibilidade de ficar mais bonita , perante seus olhos. Você não reparou.

O cara da varanda. O cara que me fez ver estrelas, mesmo sob um teto e quatro paredes. O cara que me beijou, que segurou forte a minha mão. O cara que sentou na varanda, adivinhando se a tarde choveria ou faria sol.

O cara que me encantou. Aquele que viu desenhos comigo, que passou a manhã disputando na sorte/azar quem levantaria pra fechar a porta, aquele que deixou pequenas marcas pelo meu corpo.

O cara que me rejeitou. Que me olhou, bem no fundo dos olhos, e fingiu que nada aconteceu. O cara que me beijou no rosto.

O cara melhor amigo de uma colega.

Uma colega, que se preocupa muito comigo, com o que sinto, com o que penso, com quem sou. Uma colega que gosta muito do sapato azul, que eu comprei pra ficar bonita pro cara , aquele cara.

Uma colega que depois de ser chutada por um amigo, foi beijada pelo cara, que não reparou no meu sapato azul.

O cara que não reparou no meu sapato azul, beijou a colega que muito se preocupa comigo . Ou seria ela que beijou o cara da varanda.

Eu já nem sei quem é esse cara, eu nem sei como posso chama-lo.

Eu tenho medo de encontra-lo novamente.

Tenho medo de vê-los juntos, mãos dadas, beijos doces, risadas leves.

Eu tenho medo de chorar para que todos vejam, eu tenho medo de recuar. Eu tenho medo da palavra amar.

Pensei em comprar um sapato vermelho, pra combinar com as unhas descascadas, com o novo corte curtíssimo de cabelo.

Domingo, churrasco e amigos.

A colega que muito me gosta, e a incógnita que o cara se tornou lá estarão.

Sapato vermelho? Esmalte vermelho? Baton vermelho ?



Carne crua, coração moído?

63284_1629715596914_1657346564_1415935_866300_n_large

6 de junho de 2011

De ONTEM para HOJE

São 10h da manhã de uma segunda-feira FRIA.
Eu ouço João Gilberto, e penso que todos deviam se calar, ante a tal.

Eu penso que se tivesse tido tempo, teria aberto menos latas de sardinha, machucado menos o joelho, tomado mais analgésicos, e menos anti-depressivos.

Eu penso que se tivesse tido tempo, planejaria a vida com mais constância, com mais humor, com mais previsibilidade, porque enfim - essa é a grande motivação para - planejar algo.

Se tivesse tido tempo, e coragem teria te dito coisas bonitas. Mas não sou capaz de algo assim, já faz muito tempo.

Se tivesse tido tempo, te mostraria minhas canções favoritas, tristes, melancólicas, cantadas pela LINDA da Maysa, te arrastaria pra Bossa, te levaria comigo enquanto cantaria baixinho um canção de amor.

Penso que se a vida tivesse me permitido, eu me permitiria mais. Até mesmo compor um poema em espanhol, até mesmo aprender uma canção em latim, um mantra em mandarim.

Se a vida tivesse me dado mais tempo, falaria a verdade, sem medo, desataria o nó preso em meu peito.

Desataria nós. noz. nós.

Se você tivesse me permitido.
Eu talvez tivesse mais coragem pra me permitir.

Pra não partir.
Coragem pra um dia me mostrar inteira pra você.


se ONTEM eu soubesse tudo que sei HOJE, teria economizado um bocado de lágrimas, comprimidos, e abraços.


letras espaços, sonhos.



15 de maio de 2011

amputada e infeliz.


Junte : MAYSA, Dolores Duran, Greta Garbo, CLARICE LISPECTOR e uma pitada de BUKOWSKI e sinta como eu me sinto.



Domingo 20:35h, um frio do cassete, eu com aquela velha calça jeans, com deliniador borrado no canto do olho direito, as unhas curtas, feitas ontem antes de partir pro bar.
Ah, o bar.

Tem sido o recanto da minha insensatez, das minhas lamúrias, foi o canto do meu despertar.
Me sinto amPUTAda, se sinto INfeliz, me sinto deslocada.
RECALCADA? MAL-amada?

não sei como descrever sentimentos tão amargos, não sei se alguém já sentiu o gosto de agora invade minha boca, leva a saliva até o estomago, caminha entre meu organismo com o esgoto caminha até o bueiro.
Ah, o bueiro.

eu que ando juntando entulho ao redor de mim, eu que caminho entre cacos de vidro, foram os copos quebrados, no auge da minha bebeira ontem a noite, ou seria anteontem.

eu perdi amigos, confundi as coisas, briguei por amor, só me uni a quem não interessa.
Ah, o interesse.

Em uma dessas noites, já faz algum tempo, um cara bem babaca, bem drogado, bem gozado, me chamou de interesseira. Até onde eu entendi, (não poderia ter entendido muito mais, o alcool me afogava a cada palavra) ele tinha ciúmes dos amigos,
Ah os amigos

Os amigos, anteontem, DISSO EU ME LEMBRO BEM, esse mesmo cara , tava lá preocupadão comigo (?) eu e um ex desafeto, mais pra sempre amiga, quase nos estapeando pra conseguir a palavra. Ele preocupadão, em conseguir uma transa pra noite fria.
SOU IDIOTA, MAS NEM TANTO,

HOMEM É TUDO IGUAL, ah tem neguinho que vai achar que eu falo isso por que EU AMO, e NÃO SOU CORRESPONDIDA, é eu sei,
mas esse cara não tem nada haver com isso, então PROSSIGAMOS.

AGORA a coisa começa a ficar boa, boa no sentido CLARO metafórico . POIS
eu cai do telhado,
eu bebi até a ultima gota, como se a reserva de alcool do planeta fosse acabar ao amanhecer,
eu acreditei em tudo que me disseram,
eu me ARRASTEI aos pés de um cara.
E NÃO FOI NO SENTIDO METAFÓRICO.

eu vivo um constante 1ºde abril.

eu ganhei uns pontos comigo mesma, apesar de todo o desespero de me livrar de mim mesma.
20:52h, com a luz apagada ao som de FIONA APPLE eu consigo manter os olhos fixos na tela e nas teclas, eu consigo me sentir terrivel o suficiente para apagar e pra me livrar do entulho ATRELADO as minhas palavras, aos meus passos.

eu tenho muito o que fazer, não vou mais perder meu tempo pensando nas suas bochechas gostosas, nas suas pintinhas bonitinhas. APESAR DE NÃO LEMBRAR , eu vou tentar manter o pisca-alerta ligado avisando SOBRE TELHADOS, MORROS E VERGONHA ALHEIA.

nunca quis ninguém como eu quero você, agora. MAS ESSA NÃO SOU EU, mas isso vai passas, uma hora dessa eu volto a reconhecer a figura refletida no espelho, dia desses eu volto a ter sombra, eu volto a ter alma.
não vou mais ser essa CARCAÇA humana, recheada de cerveja, gin, caipirinha, e conversa fiada.

que fique claro: TÔ CANSADA de pseudo-intelectualzinhos de merda que acham que podem controlar tudo o tempo todo, te contar uma coisa VOCÊ SABE BEM MENOS DO QUE SEU ESTOQUE DE VENENO GOSTARIA.


e eu sei bem mais do que minha memória pode me contar.

pro garanhão da pintinha:
te escrevi uns textos, te beijei, te desejei (o),
vou acabar nessa vírgula POR MEDO
largar quem me ama ( FAMILIA ) pra ver quem me rejeita num bar na frente dos amigos, mas diz que gosta quando amanhece? VOU NÃO, NEGO.

pro cara que me acha interesseira:
quando se cansar de levar essa sua vida entre drogas e mulheres, e for homem, me procura que a gente pode ser amigo, garoto. queria tanto te ver bem, novamente.

pro coletor de veneno ambulante:
eu sei, mais do que você gostaria que eu soubesse, mas nunca pago na mesma moeda, um dia (EU SEI QUE VAI DEMORAR), cê vai entender.

pra quem acha que pode me julgar, mesmo sem me conhecer:
SÃO 21:05H de um domingo em que sol e chuva alternaram-se, em que meus sentimentos alternaram-se, é o fim do dia em que eu fiquei feliz com a derrota de um time no final de um campeonato estadual, é o dia em que eu voltei a ler, e voltei a ouvir MAYSA.

isso significa alguma coisa pra vocês?
esclareci algumas dúvidas? pois é tôaqui praisso não.
passa mais tarde.

1 de maio de 2011

um caminho, um motivo, um lugar.

Eu sonho com o momento em que te terei ao meu lado novamente, eu torço pra te encontrar na rua, te dar um beijo, te dizer coisas bobas.

Eu só queria te ter novamente.

Rodar com você, fazer seu mundo ficar de cabeça pra baixo.

Eu só queria te ter.

Eu só queria te dar, um beijo.

Eu só queria te ver, te ver e te dar um beijo.

Eu repito palavras, eu repito a mesma história como consolo por não te ter aqui, agora.

Eu durmo sozinha numa cama espaçosa, e desejo ardentemente que você esteja por perto pra me abraçar, e me fazer sentir em segurança.

Você me abraça e tudo passa.

Você me beija e é você que eu desejo, toda vez que fecho os olhos, piscar torna-se doloroso, pois me lembra a falta que a sua presença faz.

Meus finais de semana jamais serão os mesmo, jamais serão completos, jamais satisfatórios sem que estejas ao meu lado.

Penso por instantes que talvez seja mais um devaneio, um amor adolescente, algo passageiro; dai me lembro, quase posso sentir aquela minha dor de estomago que me persegue , me alcança antes da ressaca, sinto a dor, sinto sua mão quente sob meu estomago, sinto o conforto que a sua presença me traz.

E é possível que sensações como essa sejam passageiras apenas, é possível não me apaixonar por alguém que tão calmamente entendeu meus pequenos desejos, minhas manhas públicas, alguém que soube ser tão ou mais discreto que eu, em questões que por si só tornaram-se minhas, suas, nossas?

Nós temos um sofá, uns pães de queijo, risadas pela madrugada, e uma porção de mini contos para contar.

21:43h quinta-feira

Tudo o que eu queria nesse momento era sentar na varanda com você, pra adivinhar se amanhã vai chover ou fazer sol?

21 de abril de 2011

Uma Quase História de Amor ou não.


Meu nome é Tairine e eu vivo uma quase história de amor.
quase por que como a grande maioria das histórias de amor, começou errado, caminha no erro; grande parte por minha culpa.
são erros que eu não posso apagar.
eu ouço MOPTOP - AONDE QUER CHEGAR?

e eu não sei onde quero chegar, só sei quem quero que esteja comigo quando eu lá chegar.
e eu aumento a música, e ela sai bate a porta, grita para que a entendam, eu aumento a música, ela aumenta a voz, e ninguém sabe... ninguém sabe aonde quer chegar, as pernas começam a tremer, a cabeça começa a mexer, e os dedos trabalham mais rápido.

Meu nome é Tairine e eu vivo uma quase história de amor. Talvez ela não se realize, talvez ela nem chegue a consumar-se , mas eu a vivo, eu a sinto, eu a aceito, com seus erros, perdoo meus erros, torço para que ele também os perdooe.


Os ultimos dois post nesse blog , foram para ele, relacionados a ele. Eu escrevi numa folha em branco nossa história, e ela leva o seu nome.
Mas eu só vou publica-la quando a historia consolidar-se ou acabar-se.
Por hora, o próximo post é a Ultima parte da história.[ a ultima?]
Já escolhi nossa música, CARDIGANS - FOR WHAT IT'S WORTH.

Em 5 folhas em branco contei nossa história, cheia de erros, clichês, e sentimentos conturbados, nossa história de um dia, de poucas horas ...


Uma quase história de amor.
ou não.



IMAGEM
o céu de ontem, na cidade onde tudo acontece, onde nada acontece, nem sai do lugar.

15 de abril de 2011

Leão em Vênus


não consigo parar de pensar. não consigo controlar pensamentos que me inebriam, sufocam, devoram.
eu poderia dizer qualquer bobagem, mas quando você chega, a única coisa que consigo fazer é me calar, me calar e te olhar.
me calo, me escondo, me omito e minto. Minto porque o que eu mais queria era que todos fossem dormir, nos deixando livres no sofá, no tapete, na varanda.
É inevitável, é só amanhecer pra eu tentar adivinhar se mais tarde vai chover ou fazer sol. POR QUE?

eu olho pro céu encoberto de nuvens, eu me sinto regada, intocada. sei lá quanto tempo ainda nutrirei tais sentimentos, não sei até quando vou te esperar, nem sei se tem jeito, depois que eu descobri que sou seu inferno astral. TEM?

Leão está em Vênus no meu mapa astral; o que quer dizer que é um ótimo período para iniciar um relacionamento?
você não acha?

EU NÃO.



posso te beijar, te pedir pra ficar, apertar sua mão entre meus dedos, te fazer carinho até que você adormeça. te ver dormir, te esperar acordar, sentar e conversar, rir das suas caras engraçadas, te contar miúdezas do meu passado? Posso te beijar, te pedir pra ficar? deixa eu abraçar você e te pedir: beija eu, beija eu e fica?

11 de abril de 2011

Sobre ontem a noite.

fragmentos de brisas do caderno da brisa >>> Casa da Ana C.

Penso nas marcas, penso nas marcas e vejo os sinais pelo meu corpo.
A letra é miúda, menor que a de costume, a experiência é nova - na verdade - não é. O lugar é novo, mas a sensação é a mesma. Sentar e te esperar chegar. Chegar e esperar.
não quero ser uma obrigação, não quero abrir a janela e ver a imagem de uma vida perfeita.
eu não quero chorar sozinha na cozinha.


Porque depois que eles se vão, só restam as marcas, estampadas no meu corpo, no meu rosto, estampados em mim. Talvez seja por isso mesmo que eu sempre me prendo a detalhes tão pequenos, a isqueirinhos no sofá.

Eu penso antes de escrever ,o que dificulta a escrita [...]
tudo o que eu queria, era sentar lá fora e adivinhar se hoje vai chover ou fazer sol.

A folha em branco, só dificulta ainda mais a situação. Eu tento não tornar as coisas tão pessoais, mas eu não consigo. Eu tento não me importar, mas eu não consigo. Eu tento não te olhar, não te ver, não te querer ... então eu quase paro se respirar. E é bom.

Quantas marcas mais serão precisas para me ensinar, ensinar a viver, a não ver, a não crer.
Eu tento eliminar o EU, eu tento ser imparcial, impessoal, mas eu tento, eu tendo e tendo ao fracasso.
As garrafas enfileiradas no conto da cozinha, eu não consigo dormir. Eu não consigo pensar.



Eu não consigo terminar,
e o que é pior
Eu sequer consegui começar.

o trem passa tão depressa,
a vida também.


- queria saber desenhar; queria poder me lembrar de cada detalhe. queria te emoldurar
queria esquecer, queria não falar tão alto, queria tanto: não querer.


Eu te acompanho até o ponto, eu ouço a sua respiração. Te levo para tomar um ar, te convido pra dançar, mas você nem vai me notar.

" Dias sim , dias não
eu vou sobrevivendo,
sem um arranhão."

e as linhas acabam, e a vontade. e a fome aumenta, e a falta cresce.



E o objetivo mais uma vez é alcançado
o telefone desligado, cigarro apagado, quarto escuro, manhã de segunda-feira.
adiando, adiando.

poderia dizer que tive um deja vu, mas na verdade - eu vislumbrei o futuro. E o futuro, ao menos o futuro próximo, é tão previsível.
estou adiando, estou odiando, estou juntando forçar para ir.
E esse cheiro me sufoca, essa sina me persegue provocando pensamentos melancólicos sobre mim, sobre gatos, sobre sábados de tarde na sua casa, vendo filmes, ao seu lado. - vislumbrando um futuro que jamais vai chegar -

as linhas vazias, denunciam minhas frágil instabilidade, meu redundante estado.
Bom dia.




4 de abril de 2011

NOTA

Minha irmã LINDA, apagou TODAS as minhas pastas no pc.
Tentei recuperar com uns programinhas mequetrefes, mas só alguns arquivos foram recuperados intactos.
INFELIZMENTE TODOS OS MEUS ESCRITOS FORAM PERDIDOS.

Fiquei triste, chorei, esperniei, me recuperei.
Acredito (até pra minha sanidade mental) que há um motivo deles (meus escritos) terem perdido-se.

Talvez assim seja melhor, meu horóscopo diz que hora de REVOLUÇÃO, engraçada a escolha da palavra.
RENOVAÇÃO , REVOLUÇÃO, INOVAÇÃO.

Deixando TUDO para trás.
suspiro fundo, com as possibilidades da consequencia de cada um dos meus atos.
A frase perde o sentido, no momento em que a escrevo.

SINTO, SINTO, SINTO MUITO
.
sentindo profundo.


26 de março de 2011

COLONIA DA METRÓPOLE

Ela que tira notas melhores que as minhas. Ela que não precisa mais de mim

Eu que mudo a conduta

Eu que legalizo o poder.

Ela que se equipara a mim

Eu que me igualo ao homem.

Eu que tendo a porcentagens, conto letras, evito os números

Ela que é muitas em uma

CAIO PRADO JUNIOR

Ela que é quem nem Balzac poderia prever.

Ela que controla a conduta , que educa para a luta

Ela que entrelaça interesses

Eu que sou colônia da metrópole

O marco educativo que ensina que os índios também punham a educação em pauta

Eu que me encaixo no sistema, que temo a história

A massificação da individualidade

A criação do nada.

Eu que peneiro a chuva e emolduro os pingos , eu que canto silêncios

Eu admito o não eu, o não ser, o quase existir.

NOTA

A partir de hoje, postarei diariamente alguns textos, que escrevi tempos atrás.

Muitos deles sintetizam meu estado de espirito, minhas crenças, meus medos, meus amores, desamores.

Eu olho as paredes rabiscadas com minha larga letra, meus desenhos desinformes, meu esmalte descascado, sinto cheiro de queimado.

Nem sinto mais vontade de escrever.
Sinto vontade de sentir.

Tenho vontade de como Cibele Dorsa pular da janela do meu apartamento.

Não quero voar, quero a sensação de atrito, o desconforto, o morto.

Eu , eu que sou COLONIA DA METRÓPOLE,

18 de março de 2011

compondo meu dia, decompondo minha alma.






feeling:
Ouvindo a Maglore hoje, e pensando em CASABLANCA, um de meus filmes favoritos.
Botão repeat ligado na música DESPEDIDA da Maglore .

cabeça longe, em anos passados, nas possibilidades de um futuro incerto.
São Paulo, 18 de abril de 2011, uma historiadora (pretensiosamente) volta para casa, o ônibus lotado, a vida passando pela janela, fragmentos de IMPOSSIBILIDADES, de amores perdidos em esquinas, lembranças de chão de cozinha, de sofá perto do amanhecer.

posso não saber o que quero pra VIDA, mas sei o que NÃO QUERO pro meu AGORA.

E o Caio F., O Teago Oliveira e sua turma (MAGLORE), Ilsa e Rick (CASABLANCA)
compondo meu dia, decompondo minha alma.



[...] Cansado, cansado. Quase não dormi. E não consigo tirar você da cabeça. Estou te escrevendo porque não consigo tirar você da cabeça. Hesito em dizer qualquer coisa tipo me-perdoe ou qualquer coisa assim. Mas quero te contar umas coisas. Mesmo que a gente não se veja mais. Penso em você, penso em você com força e carinho.
E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar. [...]

Te escrevo com um cigarro aceso e uma xícara de chá de boldo. A escrivaninha é muito antiga, daquelas que têm uma tampa, parece piano. Tem um pôster com Garcia Lorca na minha frente. Um retrato enorme de Virginia Woolf. E posso ver na estante assim, de repente, todo o Proust, e muito Rimbaud, e Verlaine, Faulkner, Ítalo Svevo, William Blake. Umas reproduções de Picasso. Outras de Da Vinci. Um biscuit com um pierrô tão patético. Uma pedra esotérica ainda de Stonehenge, Inglaterra, uma caixinha indiana. Todos os meus pedaços aqui.

E você não me conhece, eu não conheço você.






Te escrevo por absoluta necessidade. Não conseguiria dormir outra vez se não te escrevesse. [...]
Fiz fantasias. No meu demente exercício para pisar no real, finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio. Até o último momento esperei que você me chamasse pelo telefone. Que você fosse ao aeroporto. Casablanca, última cena. Todas as cartas de amor são ridículas. Esse lugar confuso de que fala Caetano. E eu estava só começando a entrar num estado de amor por você. Mas não me permiti, não te permiti, não nos permiti. Pedro Paulo me dizendo no ouvido "nunca vi essas luz nos seus olhos".


Estou te querendo muito bem neste minuto. Tinha vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância, algumas.