Ela que tira notas melhores que as minhas. Ela que não precisa mais de mim
Eu que mudo a conduta
Eu que legalizo o poder.
Ela que se equipara a mim
Eu que me igualo ao homem.
Eu que tendo a porcentagens, conto letras, evito os números
Ela que é muitas em uma
CAIO PRADO JUNIOR
Ela que é quem nem Balzac poderia prever.
Ela que controla a conduta , que educa para a luta
Ela que entrelaça interesses
Eu que sou colônia da metrópole
O marco educativo que ensina que os índios também punham a educação em pauta
Eu que me encaixo no sistema, que temo a história
A massificação da individualidade
A criação do nada.
Eu que peneiro a chuva e emolduro os pingos , eu que canto silêncios
Eu admito o não eu, o não ser, o quase existir.
Um comentário:
Eu que canto silêncios. Gostei disso. E muito.
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