nasceu em mil novecentos e noventa e um na capital paulista .
solteira , sem filhos , cheia de vícios .
a altura é indiferente . o peso , os quilos : tenta não pensar .
andaria por quilômetros sem fim se soubesse o que iria encontrar .
como não sabe, não anda . espera .
não gosta de n i n g u é m , como um n a r c i s o i n v e r t i do ; nas horas vagas misantropa .
fala alto, e como diria Caio F. : 'Um dia de monja, um dia de puta, um dia de Joplin, um dia de Tereza de Calcutá'
Usa óculos e tem todas as imperfeições possíveis .
não largaria seus erros à perfeição .
come demais , não gosta de café ou chocolate .
e não trocaria um sorvete de flocos por você . ou por ninguém .
vive a música . sua vida tem trilha sonora, onde as velhas canções nunca ouvidas insistem em tocar .
os russos a fascinam . tem inveja de D o s t o i é v s k i e queria um dia de R a s k ó l n i k o v .
um algoz , uma vítima .
escreve demais , expõe demais sua vida, e até acredita que alguém lhe espera na (Fila do pão) .
lê demais , bebe demais , pensa demais , erra demais .
é apartidária . odeia expressões como 'movimento' e 'cena', acha que o ser social é solitário ou deveria ser .
mau-humorada, incrédula . crente .
crente na vida e 'na sorte de um amor tranquilo com gosto de fruta mordida' .
a coerência é tudo aquilo que não possui . o que não tem nome é tudo aquilo que espera .
sem acasos , sem clichês , sem toda aquela felicidade de comercial de margarina .
prefere um domingo cinza , um dia frio, um chá quente na cama , um romance russo e Fiona Apple tocando na vitrola .
então o que não foi , não precisa mais ser .
dezoito de outubro de dos mil e doze
.
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