E a última noite foi prova que o amor não é tão chato ou patético quanto eu sempre preguei.
e esse meses me provam , esses novos dias - e o calor e a chuva confirmam - que amor não é aquela sincronia perfeita , nem aquela noite estrelada de final de romance água com açúcar, nem aquele mar tranquilo de azul contínuo que eu sempre esperei .
mas quase como a amplitude do céu azul, tão negro . água tão límpida... folha em branco, reciclada ou não .
amor composto de dias perfeitos, dias chuvosos, sinal fechado, varanda e romances.
e estrelas coloridas no teto , nem sempre são pra sempre. nem sempre são de verdade .
mas as borboletas no estomago são . mas os banhos gelados, e os olhares cuidadosos são .
pulam-se poças, atravessam-se esquinas, perdem-se chaves, briga-se pelos horários , olhares - aos milhares. Mas ao deitar-se , no tocar dos lábios, as borboletas borbulham ; sim , como bolhas.
como o pleonasmo das palavras.
E a vida vai rolando, e o vinil lentamente tocando, e as páginas virando-se .
Eu escuto aquelas velhas músicas, e tenho aqueles presságios de tardes quentes. O céu sem nuvens, aquele amontoado de livros, aquele suco gelado, e aqueles poderes que eu pensava deter . lembro de círculos de sal, mandingas e simpatias.
E eu penso em gatos, em molas e em caixas. Quase um labirinto .
Eu quis , eu já quis um Dostoiévski, eu já quis o Bukowski, eu já quis um quase Liam .
eu já quis um chapéu pra me proteger do sol. eu já tentei não usar coração .
o sol ardendo e eu levando o chapéu na mão, sem protetor solar , óculos de sol, ou roupa apropriada pro verão.
eu já estive no árido, eu já sequei por dentro e por fora.
e eu chorei , e derramei litros e bebi litros que encheriam piscinas, e já contei repetidas vezes minhas quedas de telhados e barrancos, porque eu amei .
eu o amei . e eu sofri .
eu sonhei , mas percebi que todas aquelas emoções baratas descritas em filosofias gritadas no balcão, são bem menos possíveis , são bem menos interessantes do que essa realidade que vivo .
presenciei afogamentos em álcool e drogas, escrevi sem parar em folhas e revezei canetas, já me sobressaltei e pensei amar .
como um balão que não quer voar, depois de tanto calor , depois de tanta dor , num voo incondicional.
voo germinal .
porque eu canto e voo. não muito longe do chão . eu mergulho, não muito longe da praia . eu nado sempre perto das bordas da piscina .
eu deixo que a memória e a escassez de pensamentos fluam .
eu pergunto,porque tantra munição .
eu pergunto porque tanta solidão .
presenciei momentos . que não quero descrever . e ao relembrar , percebo que tudo não passou de um longo presságio; que me fez acreditar que o amor não é um conto de bar . que amor não se copia de BUKOWSKI . Que o Oasis nem sempre fará minha trilha sonora .
eu tenho medo der parar e não conseguir continuar , eu escrevo,eu vivo lentamente, não paro para pensar , para avaliar .
eu parei ,eu cheguei , ele chegou.
o amor, a realidade do amor .
que não é conto de fadas, que não fi descritos em contos , que n]ão se discute em bar, que não é um single do verão.
preciso dizer que essa minha lucidez me trouxe a felicidade, não aquela de cinema , mas aquela que não acaba .
porque é felicidade.
não alegria passageira que foi o que você. o que vocês, o que foi aquilo, o que é isso que vocês ainda insistem em 'viver'.
porque agora a água brota , suave e límpida .
porque os odores são particulares,e só eu os sinto, porque eu mergulho .
no mar que me tornei .
Nenhum comentário:
Postar um comentário