doze andares , desço correndo .
é muito , é demais , é impossível .
a vida e suas impossibilidades, sempre repito , repito , repito . esqueço .
não vai adiantar fugir , a sanidade não volta tão cedo .
deixe-a ir . repito . repito , repito , sento na escada .
medo de subir . medo de cair . medo de ficar .
apartamento novo , marca de aliança no dedo
solidão . a solidão enfim conquistada, longe de casa , da familia , dos amores, dos problemas .
abro a janela agora ,
fecho os olhos .
não , não consigo , não consigo escrever , criar enredos , criar cenas, continuar a fazer sentido por mais de três parágrafos .
eu subi as escadas lentamente e repito , repito que isso é passageiro .
que a impossibilidade enfim chegou ao fim .
é . é ele .
no meu andar .
ao lado do meu apartamento .
eu preciso ser forte .
pra manter a calma .
perceber que vai além do que eu consigo ver .
ele será meu vizinho .
Nenhum comentário:
Postar um comentário