31 de agosto de 2012

Crack of Love



30 de agosto  2012 .
Faltam 15 dias para meus 21 anos ; cinco dias para minhas férias . As primeiras em 3 anos de trabalho . 
As horas não passam , e eu tenho temas variados acumulados para estudar . Esparta e Atenas me aguardam . 
Sinto falta de lecionar . Sinto falta da escola , sinto falta de ensinar de aprender .
Não consigo pensar , a pressão aumenta e o barulho do teclado me incomoda , penso em parar de escrever . Mas não saberia o que fazer . 
Tento me livrar da ociosidade e de lembranças que me levam ao abismo . 
A memória é perigosa , e  não consigo me livrar das rimas .
Suspiro , respiro fundo , e lembro de dias felizes no parque . com um moço bonito que mudou o rumo da minha vida . 
Conversas online , beijos apaixonados pelas estações, me fizeram mulher , mas não me fizeram melhor . 
Não o culpo. Não há culpa . 
Tudo é válido no processo de aprendizagem .
E depois dele vieram mais alguns , alguns bons outros não , amores e paixões passageiras que deixaram marcas profundas . E a cada experiência , a dor latente , a cicatriz que aumenta .
E eu tento não pensar . 
E eu tento de concentrar nas Guerras Médicas , nas perversões do velho Buk, nas palavras doces de Jane Austen ou em Dolores - Lolita em Nabokov . Nada prende minha atenção . 
Tudo passa , tudo fica . 
Antítese .
vai - esvai, fica , passa .
Crack of love .
Tenho tido sonhos estranhos. Sonhos ruins, acordo assustada e com lágrimas nos olhos . Não me lembro dos sonhos , mas sei que são ruins . 
Ganhei um novo vício , escuto o EP Silence do Filipe Consolini , ao menos seis vezes ao dia , rs . 
Sete faixas , uma bóia . que evita que eu afunde nesse mar revolto que se tornou minhas lembranças . 
é , eu sei , erro de concordância , mas evito de me importar .
Ontem depois de meses , desci no ponto onde nos escontrávamos, e entristeci por não saber dele . 
Caminhei balbuciando canções de amor , enquanto lágrimas escorriam .
Não quero voltar. 
Não quero lembrar .
Não quero nada que me remeta ao passado .
Eu quero ter força pra continuar , pra acreditar que amanhã pode ser melhor , que as lágrimas e essa dor não são pra sempre . 
Eu quero o amanhã , depois , eu quero por vir .
Final do expediente , e o ônibus lento , lotado me espera . E tenho um grito preso, lágrimas prestes a escorrer , eu tenho um dor e uma cicatriz profunda que só aumenta e aumenta e aumenta.
crack of love .

26 de agosto de 2012

o que ainda não existe



uma porção palavras sem sentidos , fora de ordem .
eu fora de órbita .
             
e ele toca , tão fundo que quase não sinto .
a dor , nem vejo as folhas caindo .
as frutas apodrecendo aos poucos , arte figuralista .
besteiras em preto e branco .

passo a passo , eu passo a cada passo , e brinco com as palavras , e as palavras brincam de dizer algo que eu não, não disse . algo que ainda não existe.
não me faço entender ,

não quero o eu .
tendo me livrar
dessa mania de mim .

folhas em branco . papel amassado , disco riscado , num domingo a tarde .

25 de agosto de 2012

Silence





tudo que eu queria era estar em outro bar , outro lugar , não rimar . 
eu queria uma noite fria , eu queria  uma chuva torrencial . 
eu queria não explicar e entender sua falta de expressão . 

quase acreditei que não sentia . 
e tive medo . 

medo que nada mais me encantasse  . 

e era sexta-feira . 
e eu estava de mau humor , numa noite quente , onde eu não queria estar . 
e você . 

você não me olhou . 
você não sabe de nada , como todos os outros . 
mas eu te descobri , e te escuto em silêncio . 
no silêncio das suas músicas, te crio . 
e você . você é perfeito pra criação , sua falta de expressão, seus silêncios . 

um espaço vazio , pronto pra colorir , rabiscar , amar.