7 de agosto de 2011

cais e terra firme.




E ai o sol nasce de novo.
E ai parece que nem o bonito sol, o céu azul, as poucas nuvens branquinhas desenhando abstratamente o céu, farão diferença.

E ai você fecha os olhos, e torce pra que a noite chegue logo. Pra que o céu escureça, pra que o dia termine.

Mas amanhece novamente, e a música suavemente te acalma. E as luzes se apagam.
E o que você quer é um domingo no parque, embaixo de uma árvore, tomando sorvete, dividindo fone de ouvido, rindo de piadas repetidas, contando histórias exaustivas, torcendo pra  que o relógio pare.

O tempo para, EXATAMENTE, naquela tarde insuportavelmente quente, naquele tapete, naquela noite, naquele bar, naquelas lágrimas.


E as músicas se repetem, e as cenas também.
E as lágrimas escorrem.

E nem toda positividade, e nem toda a felicidade parecem  suficientes.
Então eu inverto os números, invento palavras, crio neologismos, uso eufemismo. TENTO ME ACALMAR.

Então eu grito.
Porque há o DIREITO ao grito.
Cês sabe. Já dizia Clarice L.


eu confesso.
tenho  medo.
não uso pontuação da maneira correta.
não me comporto.
me porto.
no porto.

espero um dia entender. e aportar.


2 comentários:

Ulisses disse...

Sol lá fora
Um raio aqueceu
O inverno de dentro.

Ulisses disse...

Senhorita Albuquerque (para ser formal apenas no comentário e não na vida), saudades das tuas palavras. Das tuas para contigo mesma, e das tuas para os outros, para mim, inclusive. Que muito já ri e até mesmo me orgulhei com comentários teus sobre os meus escritos. Sigo te seguindo, embora agora de ainda mais longe do que costumava. Estou no sul do país, na minha terra, e aqui tem mar e geralmente tem sol. Mas há dias que chove. Chove sem parar. E eu também gosto disso. Porque, como cantava o Raul, "a chuva voltando pra terra traz coisas do ar". E com ela também voltei. Por aqui. E voltarei sempre. Sigo na saga!