8 de setembro de 2014

rascunho.

ser mãe é solitário.

quebrando a cara .
o coração em frangalhos, impede a concentração.
não há fome, não há riso.

só um buraco no peito. e sede.
sede, que me secaram por dentro .
estou seca.
preciso de água, preciso das lágrimas e do gritos.
mas não tenho forças. não quero gritar , não quero gritar .

eu só quero sentir .
deixei de sentir o joão.
deixei de sentir a felicidade imensa que me preenchia e bastava.
agora eu só consigo temer .
e pensar em como será quando ele chegar .

se estarei pronta.
e enfim as lágrimas chegam .
e me inundam por fora.
por dentro contínua seco e sem vida .
a única exceção é joão, que cresce .
mais por vontade própria do que por esforço meu .


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