27 de novembro de 2011

afirmo-me na negação do ser.

e o sábado é quente , e o céu é azul e as nuvens a brincar de esconde-esconde .
 
e lá vem a chuva de verão, e aquele cheiro de terra molada , e o vapor que vem do asfalto . 
e o céu fica cinza e eu sinto falta daquele ponto de paz . 
e eu sinto falta daqueles passarinhos cantando, daquele calor , daquela cidade .
 
e eu sinto saudade da minha vida . 
essa vida não é minha , esse corpo não é meu . 
me devolvam as magoas , as lágrimas, as divagações .
 
eu não quero esse copo .
 
e o copo esta cheio , a cerveja esta gelada. 
e luzes ofuscam os olhos , e a blusa aperta o meu pulso .
 
e eu surto, eu mudo , eu grito , eu .
 
já nem sei quem sou . 
afirmo-me na certeza do ser . 
desconfio da pseudo-existencia .
 
eu quero a morte, eu quero a solidão , eu quero uma jarra e um porta de vidro . 
eu quero uma praia , eu quero .
 
afirmo-me , afirmo-te , nego-te . 

Nenhum comentário: