13 de novembro de 2011

o mar que me tornei

E a última noite foi prova que o amor não é tão chato ou patético quanto eu sempre preguei.
e esse meses me provam , esses novos dias -  e o calor e a chuva confirmam -  que amor não é aquela sincronia perfeita , nem aquela noite estrelada de final de romance água com açúcar, nem aquele mar tranquilo de azul contínuo que eu sempre esperei . 

mas quase como a amplitude do céu azul, tão negro . água tão límpida... folha em branco, reciclada ou não .
amor composto de dias perfeitos, dias chuvosos, sinal fechado, varanda e romances. 

e estrelas coloridas no teto , nem sempre são pra sempre. nem sempre são de verdade . 
mas as borboletas no estomago são . mas os banhos gelados, e os olhares cuidadosos são . 
pulam-se poças, atravessam-se esquinas, perdem-se chaves, briga-se pelos horários , olhares - aos milhares. Mas ao deitar-se , no tocar dos lábios, as borboletas borbulham ; sim , como bolhas. 
 como o pleonasmo das palavras. 


E a vida vai rolando, e o vinil lentamente tocando, e as páginas virando-se .
Eu escuto aquelas velhas músicas, e tenho aqueles presságios de tardes quentes. O céu sem nuvens, aquele amontoado de livros, aquele suco gelado, e aqueles poderes que eu pensava deter . lembro de círculos de sal, mandingas e simpatias. 
E eu penso em gatos, em molas e em caixas. Quase um labirinto .

Eu quis , eu já quis um Dostoiévski, eu já quis o Bukowski, eu já quis um quase Liam . 
eu já quis um chapéu pra me proteger do sol. eu já tentei não usar  coração . 

o sol ardendo e eu levando o chapéu na mão, sem protetor solar , óculos de sol, ou roupa apropriada pro verão.

eu já estive no árido, eu já sequei por dentro e por fora. 



e eu chorei , e derramei litros e bebi litros que encheriam piscinas, e já contei repetidas vezes minhas quedas de telhados e barrancos, porque eu amei . 
eu o amei . e eu sofri . 

eu sonhei , mas percebi que todas aquelas emoções baratas descritas em filosofias gritadas no balcão, são bem menos possíveis , são bem menos interessantes do que essa realidade que vivo . 

presenciei afogamentos em álcool e drogas, escrevi sem parar em folhas e revezei canetas, já me sobressaltei  e pensei amar . 

como um balão que não quer voar, depois de tanto calor , depois de tanta dor , num voo incondicional.
voo germinal .
porque eu canto e voo. não muito longe do chão . eu mergulho, não muito longe da praia . eu nado sempre perto das bordas da piscina . 

eu deixo que a memória e a escassez de pensamentos fluam . 
eu pergunto,porque tantra munição . 
eu pergunto porque tanta solidão . 


presenciei momentos . que não quero descrever . e ao relembrar , percebo que tudo não passou de um longo presságio; que me fez acreditar que o amor não é um conto de bar . que amor não se copia de BUKOWSKI . Que o Oasis nem sempre fará minha trilha sonora . 

eu tenho medo der parar e não conseguir continuar , eu escrevo,eu vivo lentamente, não paro para pensar , para avaliar .

eu parei ,eu cheguei , ele chegou. 

o amor, a realidade do amor . 
que não é conto de fadas, que não fi descritos em contos , que n]ão se discute em bar, que não é um single do verão. 

preciso dizer que essa minha lucidez me trouxe a felicidade, não aquela de cinema , mas aquela que não acaba . 

porque é felicidade. 

não alegria passageira que foi o que você. o que vocês, o que foi aquilo, o que é isso que vocês ainda insistem em 'viver'.

porque agora a água brota , suave e límpida . 
porque os odores são particulares,e só eu os sinto, porque eu mergulho . 
no mar que me tornei . 


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