Um mês depois do show do Forfun, aquele show que mudou a minha vida, que mudou os trilhos, que abriu e pertubou minha mente, e ainda assim me libertou, o linkin park também voltou exatamente um mês depois, no mês do meu aniversário
e sim, todo mundo, qualquer um pode achar coinciência, mas não eu
e essa música? e essa nova música? tão exatamente agora, tão rente, tão faca no gume, tão exatamente isso que tô vivendo
assim como sempre foi desde a primeira vez que descobri linkin park de um cd roubado atrás do prédio, um dos cds esquecidos pelos cantos, um dos cds que os caras não queriam, e até brincavam dizendo que uma das músicas tinham meu nome e me chamavam "numb" a irine hooo"....
eu entendia bem o inglês, mas minhas irmãs, além de serem mais artisticas que eu e mais prolixas no inglês, também eram mais afinadas....
mas, sempre tive a proeza de escutar bem as notas e ser técnica e brincar bem com as notas, e então cantando muito mal, o Félix, o cara que manjava tudo de música perguntou se eu tinha ouvido 'mágico' eu não sabia o que era isso, mas Rosana respondeu por mim, que eu não tinha como saber, mas que tinha dedos longos, e que achava que eu tinha dons pra produção, e foi assim, que comecei a reger, eu entendia cada uma das notas, cada uma existia por um motivo, mas a voz, ah a voz me faltava... e parece que agora ou na verdade me parece que isso sempre fez sentido
e agora essa moça nova canta somewhere i belong e euu honestamente achei bem bom
o Mike foi claro, no lugar do Chester, todos nós, nossas vozes e almas, e acho que não por acaso, todos amanheceram atacando a moça por crawling, mas faz muito muito sentido
ninguém sentia mais essa que ele e tudo bem, ela não é ele e nem precisa ser
repetindo, um dia voltando da escola um dos meninos do meu prédio roubou um carro e achou um cd pirata do linkin park, e quando ouviu pensou em mim e mais achou que o cd ou a música me chava, como se falasse "Tairineoooooh", e me mostrou, eu coloquei logo após chegar da escola pra tocar e sentada no chão do terceiro andar, meu coração parou por sem dúvida mais que um segundo e eu soube que meu coração ali batia
foi. foi por um nóia, foi por um carro roubado, que a minha vida mudou. o linkin park deu sentido pra tudo que eu sentia. eu não me sentia mais sozinha. e eu fui muito julgada... naquela época era feio ser triste, era triste dizer a verdade, era normal que todos fossem felizes e alegres e nunca pensassem em morrer, ou em quão tristes ou sozinho se estava...
eu fiz do linkin park meu emb.lema, e tudo que dizia respeito a LP era ligado a mim, e sim, foi pesado por muito tempo, depois ficou mais fácil, e depois me obrigavam a ter vergonha de quem eu era e fui e do que senti, mas ainda assim, tudo sempre fez sentido aqui dentro
e depois de um lógico afastamento, pelo D. por mim e pelo Jay-Z, em 2020 quando Catarina nasceu exatamente na mesma data de nascimento do Chester não tinha, assim como não tem na minha cabeça hoje, como negar que a vida quer me mostrar algo, que quer me dizer pra não ter vergonha e ensinar que eu posso sim ressignificar tudo que foi
e foi o que a espiritualidade me disse essa semana, e alíais o que sempre quis me dizer, não ter vergonha de quem eu sou, do que eu sinto, do que eu quero e do que eu sei.
que eu banque mais, que eu saiba mais, que eu banque mais.
eu sei exatamente quem sou. é isso. eu sei exatamente quem sou. e sim, nem sempre vai agradar. nem sempre vai ser exemplo, nem sempre vou me orgulhar do que fiz, faço ou posso fazer... ainda assim, que eu tenha o direito de ser quem sou, de errar o que tiver que errar e ser quem quiser ser.
feliz, livre, solta, pronta pra dançar, sem medo do espelho, sem medo da massa, sem medo do peso.
leve. livre.
devolvendo e soltando tudo que não é meu.
eu to livre e leve, eu tô pura e inteira, eu só só minha
e eu me amo, e eu me vejo e eu sei quem eu sou
eu me liberto de cada desamor, eu me liberto de cada dor, e me permito voar, respirar e viver, eu me permito rir, eu quero, eu quero me ouvir rir,
tem alguém gargalhando além de mim
Vai Jay-Z
Ria mais alto
Escrito em 11/09/2024 02:25
EPÍLOGO
nesse mesmo dia eu nao quis mais viver, eu não vi por instantes mais sentido e tentei a todo custo não estar aqui, nesse plano, desse lado.
De lá pra cá tantas coisas aconteceram, eu piorei, eu melhorei, eu morri, eu renasci, eu acho mesmo que era isso, eu queria demais viver, mas pra que eu pudesse viver, um tantão de coisas ruins em mim tinham de morrer, e se foram, como eu me pergunto sempre, mas ontem 13/04/2025 eu estou viva, olhando pela janela árvores enormes balaçando suas copas, me sentindo feliz, livre, grata e amada.
Que bom que um dia eu criei um blog, que bom que eu não apaguei, que bom que eu não tenho vergonha que me leiam, e que saibam ou que vejam, essa história morreu junto o que o que precisava ter morrido.
<3
Nenhum comentário:
Postar um comentário