7 de junho de 2009

A Seta e o Alvo

Paulinho Moska

Eu falo de amor à vida,


Você de medo da morte.


Eu falo da força do acaso


E você de azar ou sorte.



Eu ando num labirinto


E você numa estrada em linha reta.


Te chamo pra festa,


Mas você só quer atingir sua meta.


Sua meta é a seta no alvo,


Mas o alvo, na certa, não te espera.



Eu olho pro infinito


E você de óculos escuros.


Eu digo: "Te amo!"


E você só acredita quando eu juro.




Eu lanço minha alma no espaço,


Você pisa os pés na terra.


Eu experimento o futuro


E você só lamenta não ser o que era.



E o que era?


Era a seta no alvo,


Mas o alvo, na certa, não te espera.



Eu grito por liberdade,


Você deixa a porta se fechar.


Eu quero saber a verdade


E você se preocupa em não se machucar.



Eu corro todos os riscos,


Você diz que não tem mais vontade.


Eu me ofereço inteiro


E você se satisfaz com metade.


É a meta de uma seta no alvo,


Mas o alvo, na certa não te espera!



Então me diz qual é a graça


De já saber o fim da estrada,


Quando se parte rumo ao nada?


Sempre a meta de uma seta no alvo,


Mas o alvo, na certa, não te espera.



Então me diz qual é a graça


De já saber o fim da estrada,


Quando se parte rumo ao nada?


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