30 de junho de 2011

Eu repito, eu insisto.

A tela azul

. o fone toca, as vozes alternado-se entre sarcasmo e alteração. ( HÁ ENTENDIMENTO? )

. o papel branco, colado na tela, informando o horário de brincar.



Eu finjo que esqueço, mas as vozes conhecidas, tão conhecidas, amigas (?) insistem em me lembrar.

Tenho medo de quebrar cadeiras, mesas, unhas, pescoços. Tenho nojo, asco. As cenas insistem em se repetir na minha cabeça.


O papel amarelo, os dedos amarelos.



. penso na possibilidade da verdade. penso nas unhas quebradas, no trem passando. no quarto vazio. na sua mão na minha.


A tinta preta insiste em falhar
e por algum motivo eu repito
sem parar eu repito
insisto.


e insisto em não parar. em repetir
eu crio cenas, eu moldo sensações.
eu censuro lembranças
eu condeno beijos.
eu cometo erros.


. eu viro a folha, e nada vejo. eu minto , o que eu vejo?
eu vejo. o fim
eu temo. eu tremo. o trem passa, e eu me lembro.






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