25 de fevereiro de 2010

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Queria escrever algo que me fizesse lembrar de como estou me sentindo agora.
mas se eu não sei descrever pequenas alegrias, grandes derrotas e perdas mortais, como vou definir sentimentos abstratos?

tenho aprendido a andar com as minhas próprias pernas, tenho estado calada, por muitas vezes não poder dizer o que penso, e atrás do que penso vem logo o que eu sinto. e assim como uma cortina de tirinhas de jornal tem como venho agido.

as alegrias têm sido alegrias.isso quer dizer quem têm sido rápidas, momentâneas e intensas.deixam logo a saudade e o querer que chegam a quase machucar os órgãos, aqui dentro. a intensidade dessas pequenas alegrias tem sido altamente repudiada pelos que preocupam-se com o bem estar psicológico e físico de minha alma.

os prazeres tem me corroído rapidamente , aumentando vontades, pensamentos sacanas e incontrolavelmente dominando o corpo.

mas como se sabe a sanidade é sempre superior a vontade. feliz ou infelizmente, não sei dizer.o que sei é que parece razoável que eu continue me entorpecendo com ácido e alucinógenos holísticos, para a recuperação de pequenos prazeres.

parece razoável também que eu omita verdades que sangram, tocar nas feridas é sempre mais difícil do que escondê-las com faixas e bandagens.

olho pra cima, e logo percebo que parece, parece, parece. mas já aprendemos que nem tudo é como parece, já aprendemos a não julgar pela aparência nem a acreditar no lobo mau.

aprendemos a espirrar, qualquer pó que não faça bem, que não nos torne bem , que não pareça bem. Bom!

escrever como escrevem não é tão difícil. escrever como escrevo é quase impossível.a ponto do limite visível vem se tornando cada vez mais e mais obtuso .

direi muitas coisas sem sentido , mas talvez o maior absurdo seja mesmo os quereres alheios. e como eu quero, quero como se quer o que não se pode ter, com mais força.

não querer, não sentir, não tentar. conseguir, fazer, realizar.

Um comentário:

amanda julieta disse...

não foi clarice que disse que "o que não sei escrever é mais importante do que aquilo que digo"? lembrei dessa frase lendo seu texto e foi assim que fiquei me sentindo para comentar.
cheguei aqui de muito intrusa e fiquei abobalhada pelo que vi.

beijos,
a.