18 de março de 2011

compondo meu dia, decompondo minha alma.






feeling:
Ouvindo a Maglore hoje, e pensando em CASABLANCA, um de meus filmes favoritos.
Botão repeat ligado na música DESPEDIDA da Maglore .

cabeça longe, em anos passados, nas possibilidades de um futuro incerto.
São Paulo, 18 de abril de 2011, uma historiadora (pretensiosamente) volta para casa, o ônibus lotado, a vida passando pela janela, fragmentos de IMPOSSIBILIDADES, de amores perdidos em esquinas, lembranças de chão de cozinha, de sofá perto do amanhecer.

posso não saber o que quero pra VIDA, mas sei o que NÃO QUERO pro meu AGORA.

E o Caio F., O Teago Oliveira e sua turma (MAGLORE), Ilsa e Rick (CASABLANCA)
compondo meu dia, decompondo minha alma.



[...] Cansado, cansado. Quase não dormi. E não consigo tirar você da cabeça. Estou te escrevendo porque não consigo tirar você da cabeça. Hesito em dizer qualquer coisa tipo me-perdoe ou qualquer coisa assim. Mas quero te contar umas coisas. Mesmo que a gente não se veja mais. Penso em você, penso em você com força e carinho.
E uma compulsão horrível de quebrar imediatamente qualquer relação bonita que mal comece a acontecer. Destruir antes que cresça. Com requintes, com sofreguidão, com textos que me vêm prontos e faces que se sobrepõem às outras. Para que não me firam, minto. E tomo a providência cuidadosa de eu mesmo me ferir, sem prestar atenção se estou ferindo o outro também. Não queria fazer mal a você. Não queria que você chorasse. Não queria cobrar absolutamente nada. Por que o Zen de repente escapa e se transforma em Sem? Sem que se consiga controlar. [...]

Te escrevo com um cigarro aceso e uma xícara de chá de boldo. A escrivaninha é muito antiga, daquelas que têm uma tampa, parece piano. Tem um pôster com Garcia Lorca na minha frente. Um retrato enorme de Virginia Woolf. E posso ver na estante assim, de repente, todo o Proust, e muito Rimbaud, e Verlaine, Faulkner, Ítalo Svevo, William Blake. Umas reproduções de Picasso. Outras de Da Vinci. Um biscuit com um pierrô tão patético. Uma pedra esotérica ainda de Stonehenge, Inglaterra, uma caixinha indiana. Todos os meus pedaços aqui.

E você não me conhece, eu não conheço você.






Te escrevo por absoluta necessidade. Não conseguiria dormir outra vez se não te escrevesse. [...]
Fiz fantasias. No meu demente exercício para pisar no real, finjo que não fantasio. E fantasio, fantasio. Até o último momento esperei que você me chamasse pelo telefone. Que você fosse ao aeroporto. Casablanca, última cena. Todas as cartas de amor são ridículas. Esse lugar confuso de que fala Caetano. E eu estava só começando a entrar num estado de amor por você. Mas não me permiti, não te permiti, não nos permiti. Pedro Paulo me dizendo no ouvido "nunca vi essas luz nos seus olhos".


Estou te querendo muito bem neste minuto. Tinha vontade que você estivesse aqui e eu pudesse te mostrar muitas coisas, grandes, pequenas, e sem nenhuma importância, algumas.






10 de março de 2011

HOJE EU QUIS.



Esses tem sido dias dificeis.

eu choro, eu sinto falta dos outros, eu me recordo de tempos bons, eu me sinto vazia.

Hoje amanheceu de novo, hoje eu faltei de novo na faculdade, e é provável que falte no trabalho, hoje o mundo já me julgou, já me condenou, hoje eu já chorei, já li o que escrevi, já escrevi sobre o que li.
Já estudei Braudel, a o Movimento dos Annales, já lá o DOSSE, e já aprendi mais sobre BLOCH.
Hoje eu já tive vontade de me jogar da ponte, na frente do carro, de ficar sozinha e não ver ninguém.

Eu moro numa casa, onde todos seus moradores se encontram hoje, onde todos seus moradores, apesar de terem o mesmo sangue que o meu , me parecem estranhos.

Eu não sei quem são, ou talvez não saiba quem eu sou.

Hoje eu já tive a certeza, de que preciso de ajuda psiquiátrica.
Hoje eu já quis que o mundo explodisse, que todos sumissem.
Tive vontade de extrapolar todos os limites, estabelecer novas regras limites, tive vontade de falar de amor, e de não guardar rancor.

Mas a dor ainda tá aqui , e o amor também.

QUEM VAI VIR RECEBER?
QUEM VAI ME RECEBER?
QUEM VAI ME ESPERAR NO AEROPORTO?
QUEM VAI ME NEGAR UM BEIJO, ULTIMA CENA DE CASABLANCA?

3 de março de 2011

NÃO, NÃO NÃO. E WANDER WILDNER E REPLICANTES.

A dor que incomoda, a dor que consome.

Posso sentir o suco gástrico corroendo lentamente a minha parede estomacal. Posso sentir o cheiro de esgoto, posso ver a cor amarela, o líquido escorrendo.

Eu comi uma parte do meu dedo, e agora ele queima. Foi bom. Numa atitude antropofágica eu me consumo a fim de que outros não me consumam, eu tomo parte de mim, a fim de que ela permaneça aqui.

Sinto falta de algo não nomeável, e acho que já escrevi tudo quanto podia, quanto devia.

Eu te vejo tarde da noite no ponto de ônibus, esperando seu ônibus? Esperando seu amor? Esperando seus pais, amigos, namorada? Eu te vejo.

E a janela reflete minha imagem sentada, te olhando, te esperando, pensando e repassando por cada lugar que a sua mão passou em meu corpo; sentindo as mesmas sensações na poltrona do ônibus.

A chuva continua grosseira, a vida continua grosseira, você continua grosseiro. E a vontade de ter-te também continua grosseira, e mais que grosseira. Mas o que resta depois da grosseria que cometi de te possuir entre amigos, de tentar um beijo, de rejeitar suas desculpas.

O que resta depois que de por sua cabeça em meu colo, o que resta depois de beijar-lhe a face, o rosto; o que resta depois de dar-te a mão, adormecer ao teu lado.

Eu te pedi um beijo que você negou, eu te pedi a mão e você a tirou, eu pedi um sinal de apoio e você se virou, eu pedi um adeus, você se calou, me culpou.

E o que resta de tudo isso é a sensação de que paira um grande ‘xis’ em tudo o que vivi.

E naquele paraíso eu ainda pensei em você, e naquela poltrona eu ainda te quis ao meu lado, e na descida daquela escada, eu ainda assim queria que você erguesse a mão em sincronia comigo a fim de alcançar o teto.

E ainda assim eu quis dividir com você meus discos, meus livros, meus amigos, minha cama, minhas mãos, meu lugar no bar, minha cerveja, meu maço.

E aquele moço de branco me seduziu, mas você me dominou. Me ganhou, me mudou.

E o que resta agora, além de olhar pra você no ponto de ônibus, tarde da noite, torcendo pra que você esteja lá amanhã no mesmo lugar?








NOTA: O MAIS DIFÍCIL , É DAR NOME AO TEXTO, NOME AO SENTIMENTO QUE DE MIM EMANA, NOME AO QUE VIVI, E AO QUE GOSTARIA DE VIVER.

22 de fevereiro de 2011

BARRINHA DE CEREAL E BEIJOS NÃO DADOS.

A vida não é apagável, as pessoas não são inesquecíveis. E meu computador NOVO não liga. MEU COMPUTADOR NOVO NÃO LIGA.
Temos um problema.
Esse É o mais grave dentre todos.
Por que eu disse que temos um problema , mas a realidade é que temos VÁRIOS problemas. E digo temos , pois escrevo aqui, e quem lê se torna cúmplice de meus crimes, tornam-se elos perdidos nos loucos atos, ou monótonos monólogos que me consomem, que depravam meus dias.
No láboratório na magnífica UNIFIEO, não consigo acessar minhas redes sociais, com excessão do >>>TWITTER <<<
Tenho medo que meu computador NOVO não ligue mais e tudo o que eu escrevi se perca.
Estou escrevendo uma carta. Uma carta pro Johnn. Aliais tô em falta com ele, lhe escrevi VÁRIAS cartas todas perdidas no tempo e no espaço. No tempo e no espaço de uma bolsa , de uma ano, de conversas perdidas.
SIM, novamente eu recorro ao blog como forma de excretar tudo o que me invade, tudo o que de forma deselegante rejeito. É ASSIM QUE SE ESCREVE.
Palavras que me lembram de noites. noites que me lembram palavras quase esquecidas nas páginas de dicionários e enciclopédias antigas.
Minhas vontade de gritar não passa, eu leio, eu leio e eu minto que entendo, todos mentem, todos fingem. E eu finjo.
Eu digo a verdade no momento inoportuno. Eu tenho medo, mas não digo, eu seguro a sua mão e confundo pessoas, conjunções adverbiais, confundo predicados, omito sujeito, eu ligo pra você as três da manhã e conto uma hsitória pela metade.

Minha história não é completa, é pela metade, porque como diria Clarice L. , eu não sou completa, e como formular hipóteses, teses, anti teses, anti hipóteses, como contar uma história inacabada.
A ERA DOS EXTREMOS.

Pois a vida é uma caixinha de surpresas, a vida é o que não pode-se mencionar, a vida é o asco da sociedade, a vida é a CAIXA DE PANDORA.
Tudo é superficial, a droga que você cheira um dia acaba, o cigarro que você fuma um dia termina, o alcool que te entorpece um dia se esgota.
E as palavras que eu te digo um dia de perdem na imensidão do branco que te consome.

Eu não sei por onde a vida vai me levar, eu não sei até quando ela vai me levar, ou até quando vou deixa-la levar-me, mas sei que agora as coisas tornam-se mais reais, e já posso dizer que já vi muitas coisas, já vivi muitas coisas.

EU TENHO 19 ANOS, ME CHAMAM DE TAIRINE ALBUQUERQUE DE SOUZA, pois deram-me um nome e me alienaram de mim. EU CURSO HISTÓRIA , EU TENHO UMA CASA , MORO COM MEUS PAIS E DUAS IRMÃS, EU TENHO MEDO, EU OLHO PRO MUNDO E TENHO MEDO.
EU TRABALHO NA DROGARIA SÃO PAULO, SOU OPERADORA DE CAIXA, E NÃO QUERO SER COMO MEU PAI ( QUE TRABALHA NA EMPRESA A MAIS DE 21 ANOS) , EU NÃO QUERO DAR MINHA VIDA PELA EMPRESA, EU NÃO QUERO DAR A MINHA VIDA POR NADA MENOS QUE UMA VIDA.
EU ESCREVO EM CAPS LOCK , POIS A VIDA CLAMA CLAMA CLAMA EM CAPS LOCK.

EU TENHO DÍVIDAS, EU SOU CONSUMISTA, EU SOU SUBMISSA, EU SOU HONESTA, EU MINTO, EU TENHO FOME, SEDE. EU TENHO SONHOS.
EU PRECISO EMAGRECER 3 QUILOS .
CONSEGUI PERDER 2 NA ULTIMA SEMANA, EU OMITO PALAVRAS PARA NÃO DENEGRIR MINHA PRÓPRIA PESSOAS. EU FIRMO A CONDUTA, EU ORGANIZO O MOVIMENTO, EU SINTO FRIO.

os dedos batem nas teclas, eles batem uns nos outros, eles estão gelados, assim como estou eu, pronta pra morte, pronta pra vida, que a morte proporciona.
eu começo a dizer coisas sem sentido, eu continuo dizendo coisas sem sentido.

NINGUÉM LÊ ISSO, ENTÃO EU ESCREVO O QUE EU BEM ENTENDER.
Você leu?

QUE BOM, nunca vou ficar sabendo mesmo. ME IMPORTO NADA, meu bem .
Isso aqui é meu TRONO , meu vaso sanitário, rejeito tudo que não me serve aqui.
as palavras depois de ditas não serve pra mais nada.
AS PESSOAS NÃO SÃO DESCARTÁVEIS, até a hora em que são descartadas, e descartam outras, JÁ DIRIA BUKOWSKI.
pois é eu erro, eu erro, eu confesso, eu lhe peço:

BEIJA EU?
(não literal, apenas subliminar.)

QUER UMA BARRINHA DE CEREAL?
ainda tenho 3 quilos para emagrecer, e uma porção de coisas pra viver.

como o começo, o fim é abrupto.

ZAPPA DIZ QUAL É A PARTE MAIS FEIA DO SEU CORPO.

12 de fevereiro de 2011

Prazer T. ²

A vida é engraçada, as coisas são engraçadas.

O cara passa anos sem namorada, passa dias me olhando, me cantando sem palavras, me ganhando do disfarce de olhares.

E numa noite nos encontramos no bar, e meu coração dispara, ele me olha de longe, eu olho de longe, ele nem percebe, sou discreta.

Os amigos decidem ir proutro lugar, eu não quero ir, mas vou, ele não vai.

Na saída eu o olho, penso que é impossível que ele não tenha ganhado, que havia me ganhado.

Ele acha que tô com outro cara, eu não estou.

Eu me vou, uma semana depois ele tá namorando com uma vadiazinha loira.

DETALHE: COMEÇOU O NAMORO NAQUELA FESTA QUE EU DEIXEI DE IR. NAQUELA NOITE. NAQUELA N O I T E ! DROGA

Valeu vida, valeu cara.

Você nunca me disse uma palavra sequer, comentou qualquer bobagem dia desses numa de minhas fotos no Orkut, e mais nada.

Planejei uma viagem pensando em você, planejei sábados quentes naquele bar, domingos cinzas vendo filmes , você me abraçando.

Viajei. Sozinha.

Fui discreta, fui traída pela expectativa de te ganhar.

Que ela aproveite seus abraços, e seus carinhos, que você a trate bem , como eu quis que você me tratasse.

Que a vida dê a vocês muitos filmes vistos juntos, muitas músicas só de vocês.

E aliais, muito prazer.

T.

Ia ser bonito, eu podia jurar.

ODORES

Finalmente postei meu primeiro texto no MIL HISTÓRIAS , o texto tá inacabado, mas como ele parecia estar gritando mais alto do que nos outros dias, hoje resolvi posta-lo.
Li pra minhas irmãs aqui em casa e elas choraram, eu também chorei.

Lembrei do DARCY RIBEIRO em seu discurso no enterro do GLAUBER, chorei mais.
Chorei pela dor do mundo, por não me compadecer por tal dor, pela minha dor ainda ser maior do que a dor do mundo.
Chorei por que quis não sentir minha dor, não senti-la ou não importar-me de senti-la , pois há muito lixo, muita sujeira, muita maldade, muita pobreza, pelo mundo.
muitas lágrimas para derramar, muitas palavras para DEIXAREM de ser ditas, muito o que fazer.
Eu comemoro a renuncia de MUBARAK , eu choro por saber que essa não é a solução pra dores e para as lágrimas no Egito.

Eu sorrio, grata por ter a oportunidade, de me livrar dessa dor, de compartilha-la com vocês, comigo, daqui algum tempo.

Leiam meu post ODORES

Beiiiijo, e ouçam se puderem a LINDA da CLARAH AVERBUCK =)

10 de janeiro de 2011

Sem ponto final

Eu odeio a cor do seu olho.
Eu me odeio por essa ser a minha nova cor favorita.

Eu odeio aquele diretor famoso, aquele famoso
musical, com aquela famosa atriz.
Eu odeio ter esse musical dentre meus novos filmes favoritos.

Eu odeio a sua roupa xadrez.
Eu odeio suas blusas de frio de listras.

Eu odeio que dizer que minhas camisas xadrez são minhas novas roupas favoritas.

Eu odeio como o tom da sua voz muda quando você fala sobre dias passados.
E odeio gostar tanto de te ouvir falar sobre como você era feliz em tais tempos passados.

Odeio esses solos intermináveis de guittar/bass que me lembram tanto seu jeito meigo e decidido de defender duas idéias, suas opiniões.

Odeio dançar.
Mas gosto de lembrar que não tivemos tempo para isso.
Essa seria mais uma lembrança boa, que me perseguiria.
Como todas as outras que me perseguem.

Eu penso que quando chegar aos 30 anos, ainda estarei tentando recomeçar.
Recomeçar a acreditar, acreditar nos outros.
Acreditar em mim.

Acreditar que o mundo dos sentimentos pode ser menos patético do que agora me parece.

Entre as imagens repetidas , filmes em preto e branco, tardes de sol num parque, fim de tarde no cinema, noites intermináveis ao seu lado, me sentindo a mulher mais feliz do universo.

Uma estação de trem, uma tarde /de autografo. Um dia quente, um domingo cinza, uma música triste, um poema em espanhol.

Como te perdoar. como pedir perdão a mim mesma por esta auto-destruição?
Como não questionar, como não te amar, como apagar?

Tudo é tão repetitivo, tão clichê. tudo tão banal.

Uma voz rouca, a fome pela manhã.
Sua mão gelada na minha coxa.
Minha cabeça no seu peito.

A lágrima que desce,
uma frase interminável/interminada

Como uma música
como uma história

como você pra mim
sem ponto final