11 de abril de 2011
Sobre ontem a noite.
4 de abril de 2011
NOTA
26 de março de 2011
COLONIA DA METRÓPOLE
Ela que tira notas melhores que as minhas. Ela que não precisa mais de mim
Eu que mudo a conduta
Eu que legalizo o poder.
Ela que se equipara a mim
Eu que me igualo ao homem.
Eu que tendo a porcentagens, conto letras, evito os números
Ela que é muitas em uma
CAIO PRADO JUNIOR
Ela que é quem nem Balzac poderia prever.
Ela que controla a conduta , que educa para a luta
Ela que entrelaça interesses
Eu que sou colônia da metrópole
O marco educativo que ensina que os índios também punham a educação em pauta
Eu que me encaixo no sistema, que temo a história
A massificação da individualidade
A criação do nada.
Eu que peneiro a chuva e emolduro os pingos , eu que canto silêncios
Eu admito o não eu, o não ser, o quase existir.
NOTA
A partir de hoje, postarei diariamente alguns textos, que escrevi tempos atrás.
Muitos deles sintetizam meu estado de espirito, minhas crenças, meus medos, meus amores, desamores.
Eu olho as paredes rabiscadas com minha larga letra, meus desenhos desinformes, meu esmalte descascado, sinto cheiro de queimado.
Nem sinto mais vontade de escrever.
Sinto vontade de sentir.
Tenho vontade de como Cibele Dorsa pular da janela do meu apartamento.
Não quero voar, quero a sensação de atrito, o desconforto, o morto.
Eu , eu que sou COLONIA DA METRÓPOLE,
18 de março de 2011
compondo meu dia, decompondo minha alma.

E você não me conhece, eu não conheço você.
Te escrevo por absoluta necessidade. Não conseguiria dormir outra vez se não te escrevesse. [...]
10 de março de 2011
HOJE EU QUIS.

3 de março de 2011
NÃO, NÃO NÃO. E WANDER WILDNER E REPLICANTES.
A dor que incomoda, a dor que consome.
Posso sentir o suco gástrico corroendo lentamente a minha parede estomacal. Posso sentir o cheiro de esgoto, posso ver a cor amarela, o líquido escorrendo.
Eu comi uma parte do meu dedo, e agora ele queima. Foi bom. Numa atitude antropofágica eu me consumo a fim de que outros não me consumam, eu tomo parte de mim, a fim de que ela permaneça aqui.
Sinto falta de algo não nomeável, e acho que já escrevi tudo quanto podia, quanto devia.
Eu te vejo tarde da noite no ponto de ônibus, esperando seu ônibus? Esperando seu amor? Esperando seus pais, amigos, namorada? Eu te vejo.
E a janela reflete minha imagem sentada, te olhando, te esperando, pensando e repassando por cada lugar que a sua mão passou em meu corpo; sentindo as mesmas sensações na poltrona do ônibus.
A chuva continua grosseira, a vida continua grosseira, você continua grosseiro. E a vontade de ter-te também continua grosseira, e mais que grosseira. Mas o que resta depois da grosseria que cometi de te possuir entre amigos, de tentar um beijo, de rejeitar suas desculpas.
O que resta depois que de por sua cabeça em meu colo, o que resta depois de beijar-lhe a face, o rosto; o que resta depois de dar-te a mão, adormecer ao teu lado.
Eu te pedi um beijo que você negou, eu te pedi a mão e você a tirou, eu pedi um sinal de apoio e você se virou, eu pedi um adeus, você se calou, me culpou.
E o que resta de tudo isso é a sensação de que paira um grande ‘xis’ em tudo o que vivi.
E naquele paraíso eu ainda pensei em você, e naquela poltrona eu ainda te quis ao meu lado, e na descida daquela escada, eu ainda assim queria que você erguesse a mão em sincronia comigo a fim de alcançar o teto.
E ainda assim eu quis dividir com você meus discos, meus livros, meus amigos, minha cama, minhas mãos, meu lugar no bar, minha cerveja, meu maço.
E aquele moço de branco me seduziu, mas você me dominou. Me ganhou, me mudou.